Antes mesmo de desembarcar em Jerusalém, o secretário de Estado americano, Colin Powell, mudou sua agenda e anunciou nesta terça-feira, dia 9, ao deixar o Cairo, no Egito, que vai se encontrar com o líder palestino Yasser Arafat no fim de semana. Antes, ele havia dito que se encontraria com Arafat "se as circunstâncias permitissem". Depois do Egito, onde se reuniu com o presidente Hosni Mubarak, o secretário de Estado seguiu para Madri, na Espanha, de onde deve embarcar para Israel.

– Espero conversar com o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, e com o líder palestino Yasser Arafat – afirmou.

Durante entrevista coletiva com seu colega egípcio, Ahmed Mahed, Powell fez uma avaliação da ofensiva militar de Israel em território palestino na Cisjordânia. Segundo ele, a ação tem "efeitos muito negativos" para os interesses israelenses e americanos no Oriente Médio. Admitiu que a região atravessa "um momento muito difícil", mas disse que seria possível superar essa fase se os palestinos controlassem a violência para permitir a continuação do processo político.

– É um momento difícil, mas creio que, admitindo que devemos vincular a segurança ao processo político, para que as pessoas possam ver uma solução encaminhada para a criação de um Estado palestino, esperamos que o povo palestino faça o possível para controlar a violência – afirmou Powell.
 
Na mais violenta manifestação no Egito desde que Israel iniciou a ofensiva militar contra os palestinos, no dia 29 de abril, pelo menos 10 mil pessoas foram às ruas do Cairo, nesta terça, para protestar contra a visita de Powell. Um estudante morreu e mais de cem ficaram feridos. Este foi o primeiro egípcio morto e o terceiro no mundo árabe em quase duas semanas de protestos contra Israel e os EUA.