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PPS definirá candidatos no dia 20

Os candidatos do PPS à eleição majoritária no Rio Grande do Sul deverão ser conhecidos no dia 20. A data foi acertada na noite de segunda-feira, dia 1º, em reunião do diretório estadual do partido. O partido, que resolveu acelerar o processo de escolha de sua nominata depois da prévia do PT, convocará uma reunião extraordinária da executiva estadual para lançar os candidatos e selar a provável aliança com PTB e PDT.

A expectativa entre os líderes do PPS é anunciar o ex-governador Antônio Britto como candidato. Um dos integrantes da bancada estadual convenceu-se de que Britto é candidato a partir de sua reação à mais recente pesquisa Cepa-UFRGS, publicada no dia 24 de março, na qual o candidato do PT, Tarso Genro, aparecia em primeiro lugar. Em janeiro, o partido havia divulgado a intenção de escolher os candidatos somente no final do mês de maio. A partir da vitória de Tarso na prévia do PT, começaram as pressões internas para que o partido não ficasse imobilizado até as vésperas da convenção. De acordo com o presidente estadual da sigla, deputado federal Nelson Proença, a Frente Trabalhista “não pode mais perder tempo”.

– O PT já está com seu candidato na rua. Precisamos apertar a nossa base – afirma Proença.

O deputado esclarece que a base do partido definiu o novo cronograma e considera o dia 20 como “data limite” para as negociações da Frente Trabalhista e para a definição de candidatos. Segundo Proença, o senador José Fogaça e o deputado estadual Bernardo de Souza estão à espera da definição das alianças para organizar suas candidaturas.

– O partido está preocupado, já que nossos candidatos estão parados, esperando a definição de alianças – diz Proença.

Bernardo está em campanha para se reeleger deputado estadual. Embora tenha sido surpreendido com a data de 20 de abril, o deputado disse ontem que a definição é importante para aplacar a ansiedade das bases. Se dependesse dele, o PPS já teria definido seus candidatos. Britto afirmou que a reunião do dia 20 não deverá marcar o lançamento de sua candidatura ao governo do Estado. Insistindo que não é candidato, o ex-governador disse que o encontro do partido deverá debater exclusivamente a formação da Frente Trabalhista. Para o ex-governador, a aliança com o PDT e o PTB já está acelerada, mas precisa “ganhar velocidade”.

– O PPS não quer fazer nada sozinho e luta pela coligação. O fruto só se colhe quando maduro. A pior coisa da política é querer colhê-lo ainda verde – despista Britto, que não participou da reunião do PPS estadual por não fazer parte da executiva do partido.

O deputado estadual Mario Bernd ressalta que a Frente Trabalhista reúne partidos diferentes em torno da viabilidade eleitoral. De acordo com o parlamentar, “o candidato com maior viabilidade é Britto”.

– Ele é o candidato natural e o único capaz de ganhar do PT, estando em qualquer partido – diz Bernd, acreditando na consolidação da Frente.

Brizola já deixou claro que rejeita apoio a ex-governador. A chance de o PDT apoiar uma eventual candidatura de Britto ao governo do Estado, no entanto, é considerada remota pelos líderes pedetistas. Durante sua estada em Porto Alegre, na semana passada, o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, deixou claro numa reunião reservada com os dirigentes do partido, que essa hipótese não existe. No encontro, os líderes do PDT chegaram a falar em rompimento da aliança em torno do candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, caso Britto seja candidato a governador. Brizola é um dos arquitetos da frente PDT-PPS-PTB.

FERNANDA CRANCIO

 
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