Maidana será o capitão do Grêmio em 2006. O zagueiro argentino herdará a braçadeira do volante Sandro – titular indiscutível na temporada passada, e candidato a reserva no time ideal projetado por Mano Menezes. Contratado para liderar a defesa e a equipe, o novo xerife cumprirá a tarefa ao ritmo do rock. Fã da banda norte-americana Guns N' Roses, e com uma tatuagem do guitarrista Slash no braço esquerdo – ele ainda tem a de um escorpião às costas, e o desenho de uma pluma indígena no braço direito –, Maidana chegou ao Grêmio com uma idéia fixa: dar um título ao clube.

Vencedor do Apertura 2004 – o Campeonato Argentino do segundo semestre –, com o Newell's Old Boys, o zagueiro já começou a adaptar-se ao Grêmio. Para ambientar-se tem a ajuda dos gringos Lipatin (uruguaio) e Escalona (chileno).

– Nem bem cheguei ao clube e já vejo o Grêmio como uma grande família – comenta Maidana. – Estamos iniciando um trabalho com tranqüilidade, sem pressão, para levarmos o time a novos títulos.

Logo nos primeiros dias no Brasil, Maidana confidenciou a Lipatin (seu companheiro de quarto na pré-temporada de Bento Gonçalves) preocupação com os jogadores brasileiros. Por serem mais técnicos que os argentinos, o zagueiro entende que precisará adaptar-se o mais rápido possível ao futebol nacional.

– Maidana é um cara muito interessado. Tenho certeza que já nos primeiros treinos técnicos notaremos a qualidade dele na defesa – afirma Lipatin. – Ele também quer aprender a língua portuguesa o mais breve possível para orientar a defesa.

Avesso a rótulos, o zagueiro argentino garante que sua liderança aparecerá naturalmente:

– O Grêmio queria um jogador para liderar o time. Pretendo ser este jogador, mas não vou forçar nada. Serei eu mesmo, e as coisas acontecerão de forma natural.

Nos próximos dias, desembarcarão em Porto Alegre Gianina, mulher do zagueiro, e as filhas Camila, oito anos, e Victória, de cinco meses. Os Maidana alugaram um apartamento no bairro Bela Vista. No estilo família, ele considera o melhor programa ficar em casa, assistindo em DVD aos clássicos de Stephen King (como Cemitério Maldito e Sonâmbulos) e os filmes de ação do cabeludo Steven Seagal, degustando uma latinha de cerveja. 

– Sou um bom pai. Meu único defeito é ser jogador de futebol – brinca o argentino.

LEANDRO BEHS/ ZERO HORA