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 | 09/12/2005 13h14min

Diário da Alemanha

• El matador I

Um brasileiro que recebeu de cortesia um cartão telefônico de uma linda alemãzinha da organização puxou papo.
Ela contou em “portunhão” (português com alemão) que fora casada com um brasileiro, morara no Rio, etc. E perguntou a nosso herói se ele recebera o kit que a organização distribuíra aos jornalistas, porque ali havia um perfume pelo qual ela era apaixonada. Ele disse que não, mas que ela ficasse tranqüila.

• El matador II

Nosso herói – jeitinho brasileiro – foi ao  escritório de mídia e descolou não um: dois. Dois vidros do perfume. Quando os entregou à moca, ela agradeceu muito, sorriu muito e deu-lhe mais três cartões. Ele se empolgou,  voltou ao escritório de mídia e descolou – agora jeitão brasileiro – outro vidro de perfume, sabe-se lá como.
A moca retribuiu com mais sorrisos e mais cartões.

Ele está interessado em obter aquilo com os galantes perfumes. Ela, bem prática, está interessada em obter perfumes em troca de cartões.

• Guerra é guerra

O centro de imprensa é enorme. Só com conexões para internet são sete fileiras de mesas, cada uma com no mínimo 25 lugares, multiplicadas em cinco blocos. Mesmo assim a disputa por lugar é árdua. Cheguei e os lugares com ligações a cabo de internet estavam todos tomados. Menos um, onde uma folha branca estampava: “TV Fuji”.

Uma reserva? Olhei par os lados e não vi nenhum samurai guardando o lugar cobicado. Pensei em engolir o papel para eliminar a prova, caso fosse uma reserva. Limitei-me a escondê-lo, bem amassadinho, e tomei posse da mesa. Mais tarde, acho que ouvi à volta imprecações em uma língua estranha (e toda língua estranha soa a imprecações), mas fiquei de cabeça grudada em meu terminal para não chamar atenção.

Acho que ainda vou acordar em meio a pesadelos com japoneses irados tentando me arrancar a força daquela mesa.

• Pedro Ernesto?

Cléber Grabauska e eu “tocaiávamos” Ricardo Teixeira e a delegacão brasileira no hall do Hotel Renaissance, em Leipzig, de olho na porta, quando levamos um susto! Um táxi parou, tendo ao volante o homem do mundo mais parecido com Pedro Ernesto Denardin depois do próprio. Chegamos a nos erguer das poltronas para ver se não era mesmo o “narrador do Rio Grande”.

• Patinetes

Tão grande é o centro de convencões de Leipzig que é comum ver os muitos funcionários da organizacão deslizando, mercurais, em patinetes. É uma bela cena, aquelas valquírias loiríssimas impulsionando seus minúsculos veículos, velozes, cabelos esvoacantes, desprezando os olhares dos mortais. Os barbados também usam patinetes, mas aí... bom: deixa assim.

• Secadores

Cléber Grabauska e eu estávamos esperando na plataforma de Dortmund o trem para Leipzig. Comprovaríamos finalmente a infalível eficiência germânica em horários de trens, tão arrogante que marca saídas para, por exemplo, 14h28min, como era a nossa. Bons brasileiros, nós, ali, torcendo pelo touro. Eram 14h24min e nem sinal do trem.

– Vai atrasar. Vamos preesenciar um fato histórico – brinquei com o Cléber.

Que nada. 14h25min o trem encostou e 14h28min partiu. E nós, por castigo do céu, embarcamos no vagão errado, para aprender a deixar de secar.

CYRO MARTINS FILHO, ENVIADO ESPECIAL/LEIPZIG
 
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