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 | 16/10/2005 16h37min

Remédio contra gripe aviária se esgota em farmácias

Especialista diz que doença pode matar 50 mil pessoas no Reino Unido

O antiviral Tamiflu, do laboratório Roche, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater uma possível expansão da gripe aviária, esgotou-se nas farmácias nos países em que é vendido. Junto com o Relenza (fabricado pela Glaxosmithkline), o Tamiflu é remédio comercializado para combater a doença, embora sua eficácia não seja garantida no caso de a doença ser transmitida entre pessoas.

O medicamento, ingerido em cápsulas, pode inibir a reprodução do agente patógeno na primeira fase da infecção e reduz a taxa de mortalidade entre os doentes. Com o alerta social gerado sobre uma possível pandemia entre os humanos, as vendas do Tamiflu dispararam nos países onde é vendido em farmácias (EUA, Canadá, Japão, Austrália, Suíça, França e vários da América Latina, entre outros).

O verdadeiro perigo da temida gripe aviária reside no fato de o vírus H5N1 ser mutável e capaz de ser transmitido entre pessoas, algo que ainda não ocorreu.

Por isso, ainda não foi comprovado se o remédio é eficaz para deter a expansão da gripe entre humanos. Ainda assim, mais de 30 governos já encomendaram milhões de doses à Roche, que tem a patente do remédio genérico conhecido como oseltamivir.

A Europa está em alerta após casos da doença terem sido registrados na Turquia e na Romênia. O ministro da Agricultura romeno, Gheorghe Flutur, disse que a situação está sob controle.

– Temos boas notícias. Nos dois focos de gripe aviária confirmados, Ceamurlia e Maliuc, e em um raio de 10 quilômetros, os testes realizados hoje deram negativo – disse Flutur, que dirige a célula de crise criada para tramitar a situação.

Apesar de não ter havido registro de outros casos, alguns países estão alarmados com a possibilidade da doença se disseminar. O médico assessor do governo britânico, Liam Donaldson, alertou que uma epidemia de gripe aviária poderia matar 50 mil pessoas no Reino Unido. Em declarações à BBC, Donaldson admitiu que o número de vítimas no reino, de 61 milhões de habitantes, pode ser maior, o que dependerá do tipo de vírus da gripe.

– Em um inverno normal, a gripe mata mais de 12 mil pessoas, mas se tivermos uma epidemia, o problema será maior – ressaltou o médico.

Segundo ele, as pessoas não têm imunidade natural porque a gripe aviária não passou antes pelo Reino Unido. Donaldson afirmou que a história sugere que o vírus da gripe aviária entrará em contato com um vírus de gripe humana, razão pela qual poderia se transmitido aos humanos de modo mais fácil.

– Isto aconteceu antes, em 1918, em 1958 e entre 1968 e 1969.

A cada 10 ou 40 anos o vírus da gripe sofre uma mutação contra a qual não temos uma imunidade natural, segundo ele.

AGÊNCIA EFE
 
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