O assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT) reforçou a aposta na segurança pública como o tema dominante da campanha eleitoral deste ano. O PT, que no Rio Grande do Sul afirma que a sensação de insegurança da população é provocada pelo “sensacionalismo da imprensa”, passou a tratar a questão como o maior problema nacional.  A pré-candidata do PFL, Roseana Sarney, mudou o roteiro do seu próximo programa de TV para contemplar a segurança. Roseana convidou os dois principais nomes do PFL na área de segurança, o senador Romeu Tuma (SP), ex-diretor da Polícia Federal, e o deputado Moroni Torgan (CE), que foi relator da CPI do Narcotráfico, para co-estrelar o próximo programa do partido que irá ao ar na quinta-feira. O presidente Fernando Henrique Cardoso passou os últimos dias discutindo medidas que possam conter o aumento da violência. O governo prepara um novo plano nacional de segurança, mas enquanto as medidas não saem ampliou os poderes da Polícia Federal para investigar seqüestros. Ainda não se sabe como José Serra, do PSDB, tratará a questão em seu próximo programa de TV.

Dependendo dos resultados das investigações, o assassinato do prefeito Celso Daniel pode influenciar o desempenho eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva e dos candidatos do PT a governador. Se ficar comprovado que Daniel foi morto por razões políticas, a tendência é que aumente a simpatia pela candidatura de Lula.  Na hipótese de o crime permanecer insolúvel também ganha o PT, porque será um atestado da incapacidade da polícia paulista de investigar. Na outra ponta, será desastroso do ponto de vista eleitoral se ficar comprovado que o assassinato tem vinculação com eventual favorecimento a empresas ou pessoas pela prefeitura de Santo André, linha de investigação na qual a polícia vem investindo. Os policiais estão empenhados em desvendar as ligações do empresário Sérgio Gomes da Silva, amigo do prefeito, com prestadores de serviços da prefeitura de Santo André.