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 | 29/09/2005 17h09min

Marinho apresenta dossiê de irregularidades nos Correios

Ex-chefe diz que recursos da estatal abasteciam campanhas eleitorais

O ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios Maurício Marinho apresentou há pouco à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios um dossiê de mais de 300 páginas que aponta irregularidades em vários contratos da estatal. A informação foi prestada pelo sub-relator de Movimentação Financeira da comissão, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR).

Segundo a senadora Ideli Salvati (PT-ES), Marinho disse ainda que a prática de superfaturamento e de desvios de recursos dos Correios também ocorreu no governo Fernando Henrique Cardoso, quando a estatal era dirigida por Hassan Gebrim. Foi nesse período, de acordo com Marinho, que a empresa passou pelas maiores mudanças nas áreas de tecnologia e de processos. Ideli Salvatti diz que o depoimento comprovou que as irregularidades nos Correios vêm sendo praticadas há muito tempo e beneficiaram vários partidos. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que participou do depoimento, disse que

Marinho informou aos parlamentares que os prejuízos provocados pelas irregularidades nos Correios chegam a R$ 1 bilhão por ano somente na área de franquias. Marinho revelou à CPI, segundo Dias, que, há muito tempo, as empresas que trabalham com os Correios patrocinam o que ele definiu como um esquema de agrado (pagamento de propinas). Os recursos seriam usados para abastecer campanhas eleitorais do PT, PTB e PMDB.

Segundo Marinho, ele ficava com parte do dinheiro e o restante "subia", ou seja, era destinado a diretores da estatal. O ex-funcionário dos Correios acusou ainda o genro do ex-deputado Roberto Jefferson de ser um dos principais operadores do esquema de corrupção. Marinho também colocou em suspeita a atual direção dos Correios. Ele disse que os diretores foram indicados pelos funcionários afastados.

Marinho está depondo à CPI dos Correios em sessão fechada no Senado. O Ex-chefe dos Correios foi reconvocado pela CPI para explicar contradições entre seus depoimentos à comissão e ao Ministério Público.

AGÊNCIA CÂMARA E RÁDIO GAÚCHA
 
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