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 | 28/09/2005 00h09min

Sócio admite empréstimo de R$ 10 milhões para Valério

Rogério Tolentino diz que dinheiro era para indicados por Delúbio

O advogado Rogério Tolentino, sócio do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, informou aos integrantes da sub-relatoria de movimentação financeira da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Correios ter tomado um empréstimo de R$ 10 milhões no banco BMG, em 2004, a pedido do sócio.

Os recursos teriam sido repassados por meio de três cheques – um, de pouco mais de R$ 6 milhões, transferido à 2S Participações, que pertence a Marcos Valério – e os outros dois, somando cerca de R$ 3,5 milhões, entregues diretamente ao empresário.

O total do empréstimo, de acordo com o advogado, foi repassado por Valério à corretora Bônus-Banval, de onde o dinheiro teria ido parar nas mãos de pessoas indicadas pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Nem toda a quantia teria sido repassada, o que teria levado Valério a pedir à corretora a devolução do que sobrou.

O curioso, segundo o sub-relator da CPI, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), é que o dinheiro voltou a Valério por meio de cheques de empresas que não tinham histórico de negócio nem com as empresas do publicitário, nem com a corretora.

Para Fruet, é preciso investigar se essas empresas não queriam, na verdade, transferir de maneira disfarçada recursos para o PT. O deputado Sílvio Torres (PSDB-SP) também levantou a suspeita de que as sete empresas que repassaram dinheiro à 2S Participações, por meio da corretora Bônus-Banval, teriam feito uma doação ao empresário para uso no esquema do "mensalão". Ele lembrou que nenhuma das companhias que repassaram o dinheiro tinha negócios com a Bônus-Banval que pudessem justificar os depósitos.

Tolentino acusou o ex-deputado Roberto Jefferson de ter inventado a versão de que Marcos Valério seria emissário do PT ou do governo federal em Portugal. Ele disse aos parlamentares ter acompanhado o sócio em três viagens àquele país: em novembro e dezembro de 2004, e em janeiro deste ano. Segundo ele, em Portugal Marcos Valério "conversou sobre contas da Vivo em publicidade" e também estava interessado em contratos de publicidade da Telemig Celular.

AGÊNCIA CÂMARA
 
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