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 | 20/01/2002 18h25min

Governador de São Paulo oferece até R$ 50 mil por denúncias

Suposto seqüestrador teria feito contato telefônico com Alckmin e Suplicy

O governador de São Paulo,  Geraldo Alckmin (PSDB),  anunciou na tarde deste domingo, dia 20, que o Estado oferece recompensa que varia de R$ 5 mil a R$ 50 mil para quem realizar denúncias sobre membros da quadrilha que seqüestrou o prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT). Em entrevista coletiva, Alckmin informou que os supostos seqüestradores de Celso Daniel queriam transferências de presos detidos em outros Estados para presídios de São Paulo em troca da liberdade de Daniel. O governador de São Paulo e o senador Eduardo Suplicy teriam feito contato com um suposto seqüestrador, mas não é possível comprovar a origem dos telefonemas porque estes foram feitos de telefones celulares pré-pagos.

– Alguém pode ter tirado proveito da situação – disse.

Alckmin pediu garantias ao bandido de que o prefeito de Santo André estaria vivo, mas eles disseram que não poderiam dizer isso. O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Marco Vinicio Petrelluzzi, afirmou que se trata provavelmente de alguém querendo tirar proveito da situação. Nesta segunda, Petrelluzzi deixará o cargo para ser candidato a deputado federal.

O governador paulista informou que vai realizar concursos para contratar 6 mil jovens para substituir os policiais que hoje ocupam funções administrativas. Os novos policiais atuarão nas ruas.

Nesta segunda-feira, Alckmim vai a Brasília se encontrar com o presidente Fernando Henrique Cardoso, às 17h, para discutir medidas de cooperação e integração da polícia estadual com a Polícia Federal.

O Estado de São Paulo está em luto oficial por três dias, conforme decreto do governador paulista. Para esta segunda-feira, dia 21, o governador determinou ponto facultativo nas repartições públicas do Estado em Santo André. A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, também decretou luto de três dias na Capital.

O corpo do prefeito de Santo André, Celso Daniel, foi encontrado na manhã deste domingo, dia 20, pela Polícia Militar em Juquitiba, a 78 quilômetros sudoeste da capital paulista. O cadáver estava na Estrada das Cachoeiras, bairro do Carmo, altura do km 328 da rodovia Régis Bittencourt. Daniel levou muitos tiros, mas ainda não há confirmação sobre o número de disparos. O prefeito estava de bruços, com o rosto desfigurado.

O velório de Celso Daniel deve ocorrer na Câmara Municipal de Santo André, mas o local do enterro ainda não foi confirmado. Tuma acredita que o corpo deve ser liberado ainda hoje.

O prefeito foi seqüestrado no final da noite desta sexta-feira, dia 18, ao sair de uma churrascaria na zona sul da capital paulista. O político estava de carona na Pajero blindada de um amigo, o empresário Sérgio Gomes da Silva, quando o carro deles passou a ser perseguido e atingido por vários tiros. Os seqüestradores arrancaram Daniel de dentro do veículo, o colocaram em uma Blazer preta e fugiram sem deixar pistas. O amigo do prefeito foi liberado logo em seguida.

Celso Augusto Daniel – prefeito reeleito de Santo André, município do ABC paulista – era também o coordenador o programa de governo do PT à Presidência da República. Professor universitário da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) desde 1982, coordenou o curso de Economia da universidade no período de 1987 a 1989. Também trabalhou no mestrado e no curso de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O prefeito nasceu em 16 de abril de 1951, em Santo André. Era formado em engenharia pela Escola de Engenharia Mauá, em São Caetano do Sul (SP), em 1973, e mestre em administração pela FGV de São Paulo, em 1982.

Há dois meses, juntamente com outros 37 prefeitos do PT, recebeu carta com ameaça de morte.

 
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