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 | 08/09/2005 17h58min

Dirceu contesta relatório e quer falar em CPI

Advogados dizem que todas as afirmações contra deputado foram rebatidas

Os advogados do deputado José Dirceu (PT-SP) entregaram hoje à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios um documento de 45 páginas contra o relatório parcial da comissão em que é recomendada a cassação do mandato do ex-ministro-chefe da Casa Civil. A defesa de Dirceu contesta, ponto por ponto, as acusações do relatório produzido em conjunto com a CPI do Mensalão e pede que o parlamentar seja ouvido.

– São várias questões abordadas. Todos as afirmações foram rebatidas. Nada deixou de ser respondido pela defesa. Existem várias contradições – diz o advogado de Dirceu, José Luís Oliveira Lima.

Ele cita, por exemplo, a parte do relatório sobre a declaração de Renilda Santiago em que Dirceu teria participado de reunião na Casa Civil com o publicitário Marcos Valério e representantes de instituições financeiras. Segundo Oliveira Lima, essa afirmação é equivocada.

O advogado também questionou a não inclusão no relatório do nome do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que recebeu recursos de Valério em 1998.

– O argumento para que não se possa incluí-lo foi que ele (Azeredo) não estava no exercício do mandato de senador (à época era governador de Minas e tentava a reeleição). Portanto, prova contra o ministro-chefe da Casa Civil vira indício. Prova, indícios contra outros não vingam nada – disse Oliveira Lima.

O advogado de defesa de Dirceu afirmou ainda que seu cliente é vítima de um julgamento político, e não jurídico.

– Não se pode cassar um parlamentar com mais de 550 mil votos com argumentos políticos. Quem faz julgamento político é o povo. Isso através do voto – disse.

Além das 45 páginas, o documento da defesa tem 16 itens. No último deles, é feito o pedido para que o deputado seja ouvido pela CPI. É pedido ainda que o relatório entregue à mesa diretora da Câmara – que deverá repassá-lo ao Conselho de Ética – seja corrigido:

"(...)JOSÉ DIRCEU DE OLIVEIRA E SILVA, diante do exposto, requer seja designada data para o seu depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, para esclarecer, de maneira clara e inquestionável, todas as inverdades contra ele imputadas, e, ainda, a correção das contradições e omissões apresentadas no presente relatório parcial".

AGÊNCIA O GLOBO
 
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