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 | 07/09/2005 22h14min

Testemunha diz que há como comprovar propina a Severino

Izeilton Carvalho é ex-gerente financeiro do restaurante instalado na Câmara

Novas testemunhas podem complicar ainda mais a situação do presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE). Em entrevista exclusiva ao Jornal Nacional, da Rede Globo, Izeilton Carvalho garantiu que um garçom de nome Ribamar e o ex-sócio do Restaurante Fiorella, Marcelo Pércia, têm condições de confirmar o suposto pagamento de propina ao deputado.

Ex-gerente financeiro do restaurante instalado na Câmara, Izeilton é a testemunha-chave da acusação contra Severino de favorecimento ao dono do estabelecimento, Sebastião Augusto Buani, detentor do contrato de exploração assinado com a Casa.

Na entrevista, Izeilton disse que Ribamar levava dinheiro para Severino. E Pércia teve conhecimento da tentativa de Buani de pagar uma fatura de cartão de crédito de Severino.

– Pércia arrendou o Fiorella do Pátio Brasil (shopping de Brasília) e tinha dívidas com Buani. Buani, para sanar essa dívida com ele, levou o cartão de crédito (de Severino) para ele pagar. Como ele achou que não devia esse valor (cerca de R$ 8 mil) ao Buani, ele não pagou esse cartão de crédito do Banco do Brasil – relatou Izeilton.

Buani está sendo aconselhado pelo advogado de defesa a contar tudo o que realmente sabe do suposto esquema de cobrança de propina na Câmara. Desde que Buani negou o pagamento de propina a Severino, Izeilton resolveu oficializar a denúncia.

Na segunda-feira, duas horas depois de o proprietário do restaurante rechaçar o mensalinho, o ex-gerente se reuniu com um grupo de parlamentares da oposição para confirmar a denúncia e apresentar o documento que comprovaria a suposta relação entre o empresário e o presidente da Câmara. 

O contrato de gaveta teria assegurado a prorrogação da concessão em troca de um prêmio adicional de R$ 40 mil, R$ 20 mil para Severino e R$ 20 mil para o deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE).

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o encontro ocorreu no apartamento do deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA). O denunciante chegou ao local acompanhado pelo jornalista da revista Veja Alexandre Oltramari. Estavam no local, além de Aleluia, os deputados Raul Jungmann (PPS-PE), Fernando Gabeira (PV-RJ) e Bismarck Maia (PSDB-CE).

De acordo com o jornal, Oltramari teria articulado a reunião com o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). Ele informou a disposição de Izeilton oficializar as denúncias desde que recebesse ajuda jurídica. Na conversa, Izeilton reiterou o pagamento de propina, e os deputados se interessaram pelo termo de prorrogação do contrato apresentado na terça-feira. Contatado por Zero Hora, Oltramari não quis se manifestar sobre o encontro.

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