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 | 22/08/2005 08h40min

MP admite não ter prova documental contra Palocci

Procurador-geral de Justiça declara que há fartas provas sobre prefeitura

O Ministério Público Estadual admitiu ontem não possuir qualquer prova documental em relação ao suposto envolvimento entre o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e licitações em Ribeirão Preto. A informação foi divulgada ontem pelo procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo César Rebello Pinho.  Segundo o procurador, no entanto, há "fartas provas" sobre fraudes em licitações da prefeitura de Ribeirão Preto, "inclusive com relação à gestão do ministro Palocci".

Pinho, que convocou uma entrevista coletiva após a crítica feita ao órgão pelo ministro Palocci, declarou que a instituição que dirige "continua atuando de forma segura e independente". Ele disse que o Ministério Público "não tem medo de Palocci".  De acordo com Pinho, a promotoria identificou "conluio entre os licitantes para favorecer uma determinada empresa e faziam (os empresários) ajuste para saber qual seria o escolhido e por qual preço". Segundo o procurador-geral, o esquema também vigorou em outros municípios da região - ele citou Matão, Sertãozinho e Monte Alto.

– O conluio ocorreu em diversas gestões, inclusive a do ministro – reiterou o chefe do Ministério Público paulista.

Palocci foi prefeito duas vezes, a primeira no período entre 1993 e 1996, a segunda de 2001 a 2002 – quando deixou o cargo para coordenar a campanha de Lula à Presidência. O procurador disse que o Ministério Público "está examinando" a possibilidade de apresentar pedido de prisão contra o advogado Rogério Buratti, acusador de Palocci. Pinho afirmou que a filmagem do depoimento de Buratti foi feita pela Polícia Civil.

– O Ministério Público sequer tem cópia. A responsabilidade pela divulgação à imprensa é da polícia – declarou.

O procurador-geral de Justiça sustenta que "as investigações dos promotores de Ribeirão são sérias". O procurador disse que não havia necessidade de manter sigilo sobre o inquérito. O promotor Sebastião Silveira foi criticado por ter dado entrevista coletiva quando o depoimento ainda estava em andamento, na sexta.

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