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 | 01/08/2005 18h38min

Líder do PFL diz que renúncia de Costa Neto é uma estratégia

José Agripino diz que objetivo seria evitar cassações de colegas

O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), afirmou que a renúncia do deputado Valdemar Costa Neto (PL-SP) é uma estratégia para evitar cassações de colegas de parlamento. O pefelista havia acabado de fazer discurso na tribuna do Senado quando soube do pedido de renúncia de Costa Neto.

– Deu-se início a uma estratégia para evitar cassações em massa. O objetivo claro é preservar outros líderes e integrantes da base aliada. Mesmo assim, suponho que seja a primeira de uma série de renúncias – disse Agripino.

Segundo o líder do PFL, Valdemar Costa Neto renuncia sob as mesmas acusações que os líderes do PP, José Janene (PR), e do PT, Paulo Rocha (PA). Todos são acusados de envolvimento com o mensalão na Câmara dos Deputados.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, relacionou a renúncia de Costa Neto ao depoimento do deputado José Dirceu (PT-SP), marcado para esta terça-feira. Para o tucano, é Dirceu quem tem de dar mais explicações sobre o mensalão

– Na verdade, era ele o grande comandante do esquema – disse Virgílio, durante discurso na Tribuna do Senado.

Costa Neto apresentou a renúncia do mandato na Câmara mantendo, assim, os direitos políticos e se livrando de um eventual processo de cassação.

Em seu discurso, o presidente do PL confirmou que recebeu dinheiro irregular do PT e se justificou dizendo que foi "induzido ao erro".

Valdemar criticou ainda as investigações sobre corrupção, que, para ele, afastaram-se do "objetivo inicial". Ele lembrou que a crise política atual começou com um flagrante de suborno nos Correios, no qual um funcionário dizia participar de um esquema de desvio de verbas comandado por Roberto Jefferson (PTB-RJ).

Apontado por Jefferson como um dos envolvidos no esquema do mensalão, Costa Neto entrou com representação no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar contra o parlamentar fluminense. Segundo o presidente do PL, o deputado fez as denúncias sem apresentar provas.

Na semana passada, cogitou-se a possibilidade de Costa Neto retirar a representação contra Jefferson. Em troca, o deputado fluminense não entraria com representações no mesmo conselho contra Costa Neto e os deputados José Dirceu (PT-SP) e Sandro Mabel (PL-GO).  Mabel, que teve seu nome envolvido no esquema do mensalão, também foi acusado de ter oferecido dinheiro para deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO) trocar de partido.

No último dia 20, Maria Christina Mendes Caldeira,  ex-mulher de Costa Neto, disse ao Conselho de Ética que o presidente do PL recebeu recursos do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e confirmou a existência do mensalão. Maria Christina confirmou que Costa Neto e Delúbio Soares mantiveram vários encontros, nos hotéis Grand Mercury, em São Paulo, e Blue Tree, em Brasília.

 
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