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 | 30/07/2005 14h11min

Gtech pagou R$ 2 milhões a empresa de ex-funcionário da Secretaria de Comunicação

Integrante do governo deixou o posto no mês passado

A Gtech, empresa envolvida na CPI dos Bingos e no escândalo Waldomiro Diniz, pagou entre 2002 e 2003 mais de R$ 2 milhões à empresa de um funcionário da Secretaria de Comunicação Social, segundo uma reportagem publicada neste sábado pela Revista Isto É. O funcionário deixou o cargo no mês passado. A revista cita documentos entregues pelo Ministério Público (MP) Federal à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Bingos e diz que o dinheiro foi pago à empresa do advogado Marcelo Coelho de Aguiar, que até o mês passado despachava numa sala do 5º andar da secretaria.

Os papéis do MP mostram que a MM Consultoria Ltda. (empresa aberta pelo advogado em Belo Horizonte) recebeu de dezembro de 2002 a junho de 2003 R$ 2.098.050 da Gtech do Brasil, a multinacional contratada pela Caixa Econômica para operar as loterias federais. Em março de 2003, a Gtech renovou um polêmico contrato de R$ 260 milhões anuais com a Caixa Econômica Federal para gerenciar o sistema de informática e de tecnologia das loterias.

Um mês depois do último pagamento, em julho de 2003, foi revelado que Waldomiro Diniz, então assessor do ministro-chefe da Casa Civil na época, José Dirceu, mantivera secretas reuniões com diretores da Gtech visando à renovação do contrato milionário. No final do governo de Fernando Henrique Cardoso, a Gtech chegou a oferecer um desconto de 28% para que o contrato fosse renovado, mas não houve entendimento. No terceiro mês do governo Lula, com um desconto de apenas 15%, o negócio foi feito, lembra a "Isto É".

Segundo a revista, o dinheiro saiu em três parcelas. A primeira (R$ 177,3 mil) foi paga em 27 de dezembro de 2002. A segunda (R$ 246.250) foi feita às vésperas da assinatura do contrato da Gtech com a Caixa, em 20 de fevereiro de 2003.

A última e maior parcela, diz a revista, de R$ 1,64 milhão, foi depositada na conta da MM Consultoria em 26 de junho de 2003. Logo após o pagamento, o advogado Aguiar, que até então ocupava um cargo de nível médio numa empreiteira que presta serviços ao Ministério da Justiça, foi nomeado assessor especial do subsecretário de Publicações e Patrocínio e Normas, Jafete Abrahão, com um salário de R$ 5 mil na Secretaria de Comunicação, no Palácio do Planalto.

A Isto É diz que, no governo, Aguiar é conhecido como afilhado político do secretário executivo da Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto, Marcos Flora.

As informações são da agência O Globo.

 
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