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 | 24/07/2005 15h19min

Corrente do PT discute risco de impeachment de Lula

Análise do grupo é que as denúncias já ameaçam o governo

O Campo Majoritário, corrente política do PT à qual está ligado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, discutiu neste sábado, durante uma reunião de oito horas, o risco de um pedido de impeachment do presidente. A análise dos dirigentes da corrente é que as denúncias já ameaçam o governo.

— A tentativa de se pedir um impeachment foi um tema que apareceu nas intervenções e há uma defesa muita clara do governo e do presidente Lula — disse Marco Aurélio Garcia, assessor especial de Lula para assuntos internacionais.

Segundo ele, a avaliação se baseou em declarações de membros da CPI dos Correios e reportagens. Outro coordenador do Campo Majoritário confirmou que o assunto foi tratado:

— Como as pesquisas mostram que o presidente não está em baixa, e como a economia permanece inalterada, nossa preocupação é que comecem a chover denúncias contra o presidente, de modo a levá-lo a um processo de impeachment. Por isso, vamos reforçar a defesa do governo e de Lula.

– O sindicato estará nas ruas se alguém tentar apear Lula – disse.

A corrente, que detém 55% do poder no PT, decidiu por unanimidade indicar Tarso Genro para presidente do PT em sua chapa. Mas Tarso ainda não aceitou o convite. Ele disse que ficou honrado mas só dará a resposta definitiva ao longo da semana.

Um dia depois de reclamar das elites brasileiras, Lula voltou ontem ao seu berço político, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. A entidade reuniu 2.500 pessoas e fez um ato de desagravo a Lula, prometendo ir às ruas caso alguém tente tirá-lo do poder antes do fim do mandato. Foi defendida a reeleição do presidente.

Lula não fez menção à crise política, mas lembrou que em 1979, nas greves do ABC, estava em baixa e afirmaram que “o Lula tinha acabado”. Porém em 1980, disse ele, houve a greve de 41 dias que culminou com a consolidação da democracia:

— Vendiam a idéia de que estávamos derrotados. A gente se lembra do que aconteceu. Em 1980 este país conheceu a greve histórica mais importante, a famosa greve dos 41 dias.

O presidente reclamou que foi vítima de preconceito:

— Para governar este país não precisa de diploma universitário, que tanto preconceito jogaram contra mim. Para dirigir este país tem que ter sobretudo uma coisa chamada coração.

O deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), e do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, José Lopes Feijóo, reempossado ontem, fizeram discursos políticos.

— Digam o que quiserem, companheiro Lula, estaremos com você até as últimas consequências — disse Vicentinho.

Feijóo, enfático na defesa de Lula, foi ovacionado:

— Este sindicato estará nas ruas se alguém tentar apear Lula do Planalto.

As informações são da agência O Globo.

 
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