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 | 21/07/2005 16h49min

Crise desencadeada por Jefferson já afetou 12 ministérios

Dez ministros foram substituídos e dois viraram secretários

A crise política desencadeada pelas denúncias de corrupção feitas pelo deputado federal Roberto Jefferson levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a realizar sua terceira reforma ministerial em dois anos e meio de gestão. Com a nomeação de Nelson Machado para a Previdência e de Márcio Fortes de Almeida para as Cidades, a reforma já levou à substituição de dez ministros e ao rebaixamento de dois para o posto de secretários.

As mudanças na equipe começaram com a saída de José Dirceu da Casa Civil, no dia 16 de junho, e sua substituição por Dilma Rousseff, que até então era ministra de Minas e Energia. Jefferson, ao depor na CPI dos Correios, afirmou que Dirceu teria que sair logo do governo, para não transformar Lula, um homem inocente, em réu.

No dia 6 de julho foi anunciada a entrada de três nomes do PMDB no Ministério: senador Hélio Costa nas Comunicações, deputado Saraiva Felipe na Saúde, e Silas Rondeau, então presidente da Eletrobrás, na pasta de Minas e Energia. Deixaram o governo, respectivamente, Eunício Oliveira, Humberto Costa e o interino Maurício Tolmasquim.

O Ministério da Coordenação Política foi fundido com a Secretaria do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). O petista Jaques Wagner, do CDES, assumiu a coordenação política no dia 12 de julho, no lugar de Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que voltou à Câmara. No mesmo dia, Luiz Marinho, da CUT, foi nomeado ministro do Trabalho no lugar de Ricardo Berzoini (PT-SP), que saiu do governo para tornar-se secretário-geral do PT, depois que a diretoria do partido se licenciou em meio a denúncias de corrupção.

Também em 12 de julho foi anunciada a nomeação de Sérgio Rezende para o lugar de Eduardo Campos (PSB-PE) no Ministério de Ciência e Tecnologia e a saída de Tarso Genro do Ministério da Educação. Tarso deixará o cargo no dia 27 para assumir a presidência do PT e deve ser substituído por Fernando Haddad, atual secretário-executivo do ministério.

No mesmo dia, o presidente anunciou que duas secretarias perderiam status de ministérios. A de Comunicação e Gestão Estratégica, comandada por Luiz Gushiken, passou a ser subordinada à Casa Civil. A Secretaria de Direitos Humanos voltou a pertencer ao Ministério da Justiça, e o secretário, Nilmário Miranda, anunciou que pretendia deixar o cargo antes do fim do governo para assumir a presidência regional do PT de Minas Gerais.

A dança das cadeiras também atingiu a Petrobras. O ex-diretor financeiro e de Relações com Investidores da estatal, José Sergio Gabrielli, assumiu o cargo de presidente no lugar de José Eduardo Dutra, que deixou o cargo para concorrer ao Senado pelo PT nas eleições de 2006, em Sergipe. Especula-se que pode haver ainda mudanças no comando de outra estatal, a Infraero.

Nesta quinta, dia 21, foi anunciada a entrada do PP no Ministério, com a nomeação de Márcio Fortes de Almeida. Ele entrou no lugar do petista Olívio Dutra.

As informações são da agência O Globo.

 
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