| 29/11/2001 22h43min
O governo terá dificuldades para mobilizar a base no Congresso pela manutenção do regime de urgência para o projeto que modifica a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), disse nesta quinta-feira que o projeto não será votado este ano. Já o líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros, afirmou que sua bancada não apoiará a urgência. Apesar das resistências, o ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, disse que o pedido de urgência será mantido. – O Congresso tem de votar logo – afirmou Dornelles, em Brasília. No Rio, o presidente Fernando Henrique Cardoso, que comandara a operação para aprovar o projeto na Câmara, entrou no debate sobre a matéria. Em palestra para 800 formandos do Curso de Altos Estudos Militares, na Escola Naval, FH disse que o argumento de que o Brasil não tem sindicatos de trabalhadores fortes não é suficiente para combater a proposta do governo. – Seria passar atestado de minoridade às centrais sindicais. Não é isso que está em jogo – declarou o presidente. FH disse estar convencido de que, se não fosse o problema técnico apresentado pelo painel eletrônico do plenário na quarta-feira, a proposta teria sido aprovada na Câmara dos Deputados. – A lei é boa. Diz que é possível fazer acordo desde que os sindicatos patronais e de trabalhadores concordem – explicou o presidente. Na Câmara, mesmo reconhecendo que a oposição soube trabalhar, os líderes governistas dizem que não há como o projeto ser derrotado na sessão que voltará a tratar da CLT, na terça-feira. Na quarta-feira, em virtude da falha no painel da Câmara, não foi possível ver a relação dos que haviam votado. Feita a chamada nominal, os governistas se retiraram do plenário. Só 200 deram seu voto. Sem 257 deputados em plenário, a sessão teve de ser encerrada. O vice-líder do governo, Ricardo Barros (PPB-PR), afirmou que, depois da votação nominal dessa quarta, é possível saber que as oposições, junto com o PMDB e o PTB, têm 200 votos. Portanto, segundo ele, com 460 deputados em plenário na terça-feira, será possível garantir a margem de pelo menos 60 votos a favor da aprovação da proposta.
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