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 | 22/06/2005 00h30min

MST e CUT dão voto de confiança a Lula e defendem mudança

Documento pede demissões de Jucá e de Meirelles

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras 41 entidades dos movimentos sociais divulgaram nesta terça, 21, um documento no qual repudiam a desestabilização do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No texto, eles pedem mudanças na política econômica e as demissões do ministro da Previdência, Romero Jucá, e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

"De olho nas eleições de 2006, as elites iniciaram, através dos meios de comunicação, uma campanha para desmoralizar o governo e o presidente Lula, visando enfraquecê-lo, para derrubá-lo ou obrigá-lo a aprofundar a atual política econômica e as reformas neoliberais", afirmam as entidades no documento.

As entidades pedem a apuração rigorosa das denúncias de pagamento de mesada a deputados do PP e do PL pelo PT e de um suposto esquema de propina nos Correios. Porém, o presidente da CUT, Luiz Marinho, e o líder do MST João Pedro Stédile mostraram descrédito com as acusações do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).

– Isso tudo é uma forçação de barra. Eu não acredito – disse Stédile.

O documento das entidades exige ainda a investigação das denúncias de "corrupção, por ocasião da votação da emenda constitucional que aprovou a reeleição e dos processos de privatização das estatais" do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

– Nós queremos sair dessa crise com um debate sobre mudanças e tentar influenciar nos rumos do governo. Se comparar dois anos do governo Lula com oito anos do Fernando Henrique, é muito pior. Nós não tínhamos o diálogo e o espaço que temos hoje – afirmou Marinho.

O documento tem sete reivindicações, entre elas mudança na política econômica para priorizar as políticas sociais, queda na taxa de juros, fim do superávit primário e uma "ampla reforma política".

"Uma reforma que fortaleça a democracia e dê ampla transparência ao funcionamento dos partidos políticos e aos processos decisórios. Somos favoráveis à fidelidade partidária, ao financiamento público, à exclusão das cláusulas de barreiras e à lista fechada com alternância de gênero e etnia", afirma o texto do documento.

O presidente da Comissão Pastoral da Terra, dom Tomás Balduíno, afirmou que ao mesmo tempo em que "a elite e as forças reacionárias aproveitam a crise para desestabilizar em favor dos interesses próprios, as entidades querem cobrar mudanças no governo".

As informações são da agência Reuters.


 
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