| 31/10/2001 19h37min
Na tarde desta quarta-feira, o ex-deputado e delegado Wilson Müller entregou aos deputados da CPI da Segurança Pública outro CD contendo diálogos ainda não revelados oficialmente. O material teria chegado ao delegado através de uma alta autoridade da Secretaria da Justiça e da Segurança. Wilson Müller revelou ter recebido outras quatro fitas cuja entrega à CPI não teria sido autorizada. Se forem confirmadas as informações que circulavam nesta quarta-feira na Assembléia Legislativa, o CD frustrará as expectativas de quem espera mais revelações explosivas sobre o jogo do bicho e suas supostas ligações com o governo do Estado. O conteúdo do segundo CD repassado à CPI traria novamente a público uma conversa entre o secretário da Justiça e da Segurança, José Paulo Bisol, e as mulheres dos PMs envolvidos no chamado Caso Konrad. O Caso Konrad começou no dia 22 dezembro de 1998, quando o soldado Adelar Weber, da Brigada Militar (BM), morreu depois de ter sido baleado uma semana antes por Geovane. O jovem queria vingar a morte do irmão Odair, morto em outubro por um sargento da BM. Perseguido por sete PMs do 3º Batalhão da Polícia Militar, de Novo Hamburgo, Geovane acabou sendo morto com dois tiros numa casa em São Francisco de Paula. A conversa, gravada por uma das mulheres e divulgada pela advogada Dora Luísa Jahn Vargas, pretendia denunciar como antiética a conduta do secretário Bisol no caso. Como os deputados têm até 14 de novembro para encerrar os trabalhos da CPI, os parlamentares da bancada governista iniciaram a coleta de assinaturas para a abertura de uma CPI, esta sobre o financiamento das campanhas eleitorais de todos os partidos. Os petistas argumentam que os demais partidos relutam em assinar o requerimento porque só querem investigar o que é de interesse deles. Até agora, o requerimento teve 12 adesões. Para instalar a CPI são necessárias 19 assinaturas. Em solidariedade ao governador Olívio Dutra, parlamentares da Frente Popular realizaram nesta quarta-feira um ato na sede do PSB, centro de Porto Alegre, onde representantes do PSB, PCB, PC do B e PT, definiram durante o encontro quatro pontos a serem cumpridos. O primeiro deles foi a rejeição total a qualquer suspeita de envolvimento do governador com o jogo do bicho. No dia 9 de novembro, um ato público na Praça da Matriz vai iniciar a vigília em favor do fim da CPI da Segurança Pública do Legislativo gaúcho. O presidente estadual do PSB e secretário dos Transportes, Beto Albuquerque, argumentou que a CPI desviou-se da investigação de irregularidades policiais e serviu para desmobilizar o governo do Estado. Nesta quinta-feira, o PT deve marcar a primeira reunião da comissão de ética que irá definir o futuro político do presidente do Clube de Seguros da Cidadania, Diógenes de Oliveira.
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