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 | 27/03/2005 09h08min

Papa João Paulo II aparece para fiéis no Domingo de Páscoa

Multidão ficou emocionada com o esforço do pontífice

O papa João Paulo II abençoou a multidão de fiéis que acompanhava a missa deste domingo de Páscoa, dia 27, no Vaticano. Em um episódio dramático que trouxe lágrimas aos olhos de muitas pessoas, o pontífice não conseguiu falar por causa de seu delicado estado de saúde. Com mão direita, João Paulo II fez o sinal da cruz.

Assessores trouxeram um microfone próximo da boca do papa e ele tentou pronunciar algumas palavras. O pontífice emitiu alguns sons, mas não conseguiu pronunciar qualquer palavra. Os assessores então removeram o microfone.

A cena, transmitida ao vivo por emissoras de TV, ocorreu depois que o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Angelo Sodano, presidiu a benção diante de dezenas de milhares de pessoas que compareceram à Praça São Pedro. Durante a bênção, a janela do papa foi mantida aberta, como sinal de seu laço espiritual com os fiéis. O pontífice de 84 anos esperou enquanto Sodano lia a mensagem "Urbi et Orbi", expressão em latim para "à cidade e ao mundo".

Quando o cardeal terminou de ler a mensagem, um padre anunciou que o papa daria uma bênção especial para a multidão do lado de fora. João Paulo 2o fez o sinal da cruz, mas não pode pronunciar qualquer palavra ao microfone. Foi a primeira vez desde que assumiu a Igreja Católica Romana há 26 anos que João Paulo II não presidiu a cerimônia.

A televisão estatal italiana RAI mostrou fiéis chorando enquanto assistiam ao sofrimento do papa.

– Ele mesmo sabe de sua incapacidade – afirmou o comentarista da RAI depois que o papa não conseguiu falar.

A última vez que o papa falou em público ocorreu há duas semanas, um dia depois de ter deixado o hospital onde se submeteu em 24 de fevereiro a uma traqueostomia, operação para abrir as vias aéreas e aliviar problemas respiratórios graves.

Na mensagem "Urbi et Orbi", lida por Sodano, o papa disse que a Páscoa traz alimento aos que tem "fome de verdade, liberdade, justiça e paz". A mensagem criticou a contínua violência ao redor do mundo, afirmando que ela deixou muitos lugares "banhados em sangue de muitas vítimas inocentes". O pontífice lamentou a guerra e pediu a paz para os países da África e do Oriente Médio.

Ele pediu para Deus dar força para "as multidões que ainda hoje sofrem e morrem de pobreza e fome, dizimadas por epidemias fatais ou devastadas por imensos desastres naturais". 

As informações são da agência Reuters.

 
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