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 | 29/03/2004 19h03min

Governo descarta 28% de reajuste para professores estaduais

Cpers diz que greve teve 70% de adesão; Executivo diz que não passou de 30%

O governo do Estado descartou nesta segunda, dia 29, conceder reajuste de 28% ao magistério, que está em paralisação desde a última sexta, dia 26. O Executivo deve chamar o comando de greve para uma reunião entre a próxima quarta e quinta-feiras.

A decisão de chamar o comando foi tomada em reunião nesta segunda, dia 29, entre o governador Germano Rigotto, o chefe da Casa Civil Alberto Oliveira e o secretário estadual da Educação, José Fortunati. Durante o encontro, foi estabelecido que, até lá, será criado um grupo técnico das duas pastas para analisar as reivindicações do Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato). O governo se mostrou disposto a negociar as exigências, desde que não se trate do reajuste exigido de 28%, cuja possibilidade o governo descarta.

O Estado se dispõe a estudar o ponto que trata do projeto de reforma do Instituto de Previdência do Estado (IPE), em que o magistério pede o fim da dependência econômica e também uma representação no comitê que vai gerenciar o órgão. Quanto à exclusão dos funcionários no plano de carreira das escolas, a Secretaria Estadual da Educação já determinou um levantamento no número de servidores nesta situação. O Cpers também pede mais nomeações e novos concursos para o magistério. Embora o Estado tenha determinado que, a partir de abril, os concursos estarão suspensos em função do contigenciamento de despesas, Fortunati disse estar disposto a negociar este ponto.

Até quarta, dia 31, o levantamento e análise das reivindicações devem estar prontos. Segundo a presidente do Cpers/Sindicato, Juçara Dutra, assim que o convite do governo for feito, a categoria se reunirá para analisar os rumos do movimento e definir se aceita ou não o encontro.

Conforme levantamento feito pelo Cpers nesta segunda, a adesão à greve dos professores chegou a 70%.  Os dados do governo, porém, divergem bastante da estimativa do Cpers. Conforme dados do Estado, a greve não afetou aulas na maior parte das escolas estaduais, que estiveram abertas normalmente nesta segunda. Segundo Fortunati, levantamento preliminar, realizado pelas Coordenadorias Regionais de Educação, demonstra a maturidade da categoria.

– Os professores e servidores de nossas escolas mostraram, nesta segunda, que é possível lutar por suas reivindicações, sem prejudicar o restante da comunidade escolar – afirmou, ressaltando que no índice de adesão no Estado variou entre 5% e 30%.

No caso das 28 escolas agrícolas estaduais, não ocorreram paralisações, de acordo com a Superintendência da Educação Profissional (Suepro).

Em Porto Alegre, 243 escolas, de um total de 253 contatadas pela Divisão Porto Alegre (DPA), optaram pelo cumprimento do calendário escolar, com aulas normais. Com informações da Rádio Gaúcha.

 
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