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Senador do PDT não traz fato novo sobre caso Waldomiro

No final do discurso, Almeida Lima foi motivo de chacota e risos entre os senadores

Ao contrário do prometido, o senador Almeida Lima (PDT-SE) não apresentou nesta terça, dia 2, fatos novos que mostrassem o envolvimento do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, com seu ex-assessor Waldomiro Diniz. O senador havia divulgado que mostraria provas de que ambos tinham um negócio em comum.

Ainda no plenário, senadores da oposição classificaram o pronunciamento de quase meia hora de Almeida Lima de irresponsável. No final, o discurso foi motivo de chacota e risos entre muitos senadores. A expectativa divulgada pelo partido de que Almeida Lima faria revelações envolvendo o ministro Dirceu mexeu com o mercado financeiro. A bolsa de valores caiu e o dólar subiu. Ainda durante o discurso, os índices inverteram a posição.

Um integrante do PDT afirmou pela manhã que o senador apresentaria um documento em que Dirceu tinha uma empresa com Waldomiro. O PDT apoiou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, mas rompeu com o governo no ano passado.

– O que aconteceu neste plenário é absurdo e fora de propósito. Até irresponsabilidade tem limite – disse na tribuna a líder do PT, Ideli Salvatti (SC). Ela mencionou ainda a expectativa criada no mercado financeiro com o discurso, que teve início às 14h30.

– Quem faz isso tem intenção de desestabilizar o país – acrescentou o senador Renan Calheiros, líder do PMDB, aliado do governo.

Almeida Lima leu trechos de inquérito da Polícia Federal, de 30 de julho de 2003, que aponta o envolvimento do ex-assessor da Casa Civil da Presidência Waldomiro Diniz na ''máfia da jogatina'' e em esquema de desvio de verbas publicitárias da Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj), órgão que presidiu de junho de 2001 a abril de 2002.

Segundo o senador, ao tomar conhecimento das denúncias contra seu assessor, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, teria entrado em contato com o secretário de Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, para dar início a uma ''operação abafa'', solicitando que não se desse prosseguimento às investigações.

O senador Calheiros desmentiu o colega. Afirmou, na tribuna, que recebeu um telefonema de Garotinho negando ter recebido qualquer ligação de Dirceu para abafar a investigação. Segundo Calheiros, ao contrário do que disse Almeida Lima, Dirceu pediu a Garotinho que a investigação fosse tocada pela polícia.

No discurso, o senador pedetista também leu reportagens divulgadas pela imprensa na época, incluídas no inquérito.

– Esse relatório já foi publicado pela imprensa, já era de conhecimento público, um relatório parcial e não conclusivo (...) Não peço que nenhum senador deixe de fiscalizar, mas que não se cometa apressadamente linchamento moral – disse o líder do governo no Senado Aloizio Mercadante (SP).

Almeida Lima aproveitou os holofotes para afirmar que, apesar de o Palácio do Planalto saber da investigação desde meados de 2003, nada fez contra Waldomiro. Jefferson Péres (AM), líder do PDT, também insistiu que as denúncias não foram investigadas na época, mas não comentou o discurso de Almeida Lima feito pouco antes.

Com informações da agência Reuters.

 
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