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 | 13/04/2001 10h50min

Uruguai apreende cavalos brasileiros

O ministro do Interior do Uruguai, Guilhermo Stirling, anunciou que foram apreendidos na madrugada de quinta-feira cerca de mil cavalos contrabandeados do Brasil. Os animais teriam como destino os frigoríficos uruguaios. A operação nos departamentos de Tacuarembó e Treinta y Tres contou com dois helicópteros da Forças Armadas, com o comando do recém-formado grupo de elite Relâmpago. A apreensão reforça as suspeitas dos diretores dos dois frigoríficos gaúchos que abatem eqüinos, preocupados com a redução da oferta de animais no Estado. No mesmo período, porém, cresceram os abates no Uruguai. Na quarta-feira da semana passada, o advogado do Frigorífico Foresta, de São Gabriel, Augusto Solano Costa, levou à Polícia Federal (PF) de Jaguarão as informações que possuía sobre o possível contrabando de cavalos do Estado para o Uruguai. Costa e dois agentes da PF sobrevoaram a linha divisória entre os dois países para observar e fotografar possíveis pontos utilizados pelos contrabandistas. A suspeita era fundamentada em números. Até setembro do passado, 90% dos 2 mil animais abatidos por mês no Foresta eram de propriedades gaúchas. Em março de 2001, o percentual caiu para 25%. Segundo o diretor da unidade, o uruguaio Gustavo Muttoni, para manter o ritmo de abates foi necessário começar a comprar animais de outros Estados, aumentando em mais de 100% a despesa com fretes. O advogado do Foresta mostra as estatísticas encontradas no site do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai para comprovar o crescimento do abates no Uruguai. Em setembro de 2000, as três indústrias uruguaias abateram 3 mil animais. O número cresceu mensalmente e, em março, chegou a 8,5 mil. O incentivo ao contrabando estaria no preço. Conforme Muttoni, em seu país paga-se 70% a mais pelos animais do que no Brasi. O outro seria a crise da aftosa e da vaca louca na Europa, aumentando entre 20% e 25% a procura pela carne de cavalo – animal que não é suscetível a nenhuma das duas doenças. O Foresta possui 45 compradores autônomos cadastrados no Rio Grande do Sul. Segundo o diretor do frigorífico, apenas 10 ainda estariam abastecendo o Foresta de eqüinos.

CAIO CIGANA

 
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