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 | 05/02/2001 08h35min

Fechamento do mercado norte-americano preocupa o RS

O anúncio do fechamento do mercado norte-americano à carne brasileira foi recebido com apreensão no Rio Grande do Sul. Segundo o Sindicato da Indústria da Carne do Estado (Sicadergs), no ano passado, os dois frigoríficos gaúchos que exportam para Estados Unidos e Canadá venderam para esses países 27 mil toneladas, ou US$ 54 milhões. A direção do Frigorífico Pampeano, no município de Hulha Negra, passou o final de semana calculando os prejuízos provocados pela medida. Das 13 mil de toneladas de carne enlatada produzidas no ano passado – totalizando R$ 40 milhões em vendas –, 45% foram para a América do Norte. Os Estados Unidos receberam mais de 40% das exportações. O Canadá ficou com 2,3%, ou US$ 500 mil. O México não é parceiro do frigorífico. Nesta segunda-feira, o diretor-presidente do Pampeano, o irlandês James Cleary, viaja para Brasília, onde pretende se reunir com representantes do Ministério da Agricultura. A direção da empresa deverá divulgar uma nota oficial a respeito das medidas. A suspensão também preocupa o diretor da unidade do Frigorífico Mercosul em Bagé, Mauro Pilz. Apesar de não vender para o Nafta, o Mercosul fornece matéria-prima para o Pampeano. A direção do frigorífico General Meat Food, de Santana do Livramento, que também exporta para Estados Unidos e Canadá, não quis se manifestar sobre a suspensão. O secretário de Defesa Agropecuária, Luiz Carlos de Oliveira, prevê uma forte reação da indústria norte-americana – que importa o produto brasileiro – para tentar reverter a situação. Os Estados Unidos compraram do Brasil no ano passado US$ 352 mil em carne in natura e US$ 82,5 milhões do produto industrializado ou em extrato. Para o Canadá, foram vendidos US$ 149 mil em carne in natura e US$ 5,5 milhões em carne industrializada e extrato. O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Fernando Adauto Loureiro de Souza, não sabe precisar quantos animais importados da Europa até 1995 ainda estão no Estado, mas assegura que o número é reduzido. O rastreamento deve ser concluído nesta semana. O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), José Dirceu, solicitou neste domingo que o governo tome providências contra as retaliações. Dirceu pede aos brasileiros que se manifestem contra as medidas.


 
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