A cidade de Lages, na Serra Catarinense, despediu-se na quinta-feira de um dos maiores jogadores de futebol da sua história. Aos 56 anos, o ex-lateral Cláudio Radar não resistiu a um Mal de Parkinson que o acometia desde 2003, e vai deixar saudades em uma multidão que presenciou seus belos lances em alguns dos principais times do Brasil.

Radar estava internado desde o último dia 19 no Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, em Lages, onde morreu na manhã de quinta-feira. Cerca de mil pessoas, entre parentes, amigos e fãs de Radar, passaram pela Capela São Benedito, no Bairro Triângulo, durante o velório. O caixão foi coberto com uma bandeira e duas camisas do Internacional de Lages, e o corpo foi sepultado no Cemitério Parque da Saudade.

Entre 1962 e 1984, Radar defendeu o Grêmio, Sport, Atlético Paranaense e Inter de Lages. Pai de três filhos e com uma aposentaria de R$ 600 por mês, ele não conseguia custear os remédios para tratar a sua doença, que custavam entre R$ 400 e R$ 500.

Num domingo, 6 de julho deste ano, ele presenciou um dos momentos mais emocionantes da sua vida. Sem poder jogar e em pé às margens do gramado do Estádio Vidal Ramos Júnior, assistiu a uma partida beneficente entre ex-jogadores do tricolor gaúcho e do colorado lageano.

Pelo Grêmio, atuaram nomes que entraram para a história do clube, como o volante China, o meia direita Tarciso e o lateral direito Paulo Cézar, campeões mundiais em 1983 sobre o Hamburgo, da Alemanha. No Inter, estavam nomes consagrados como o do atacante Zé Melo, do volante Bin e do lateral esquerdo Muralha.

O estádio recebeu 1.617 pagantes, com uma renda de R$ 8.085, toda destinada ao tratamento de saúde de Radar. Mas o ex-craque não resistiu, e pouco mais de cinco meses depois, na manhã de Natal, partiu para o descanso eterno.

— Lages perdeu um grande atleta e um grande amigo — lamentou o ex-atacante Zé Melo, de 48 anos, que foi um dos melhores jogadores da história do Internacional de Lages e um dos maiores amigos de Cláudio Radar.