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 | 25/10/2008 03h52min

Inter aposta no chute de Alex contra o Atlético-MG

Partida ocorre hoje, às 18h20min, no Mineirão

Guilherme Fister  |  guilherme.fister@zerohora.com.br

Uma vitória sobre o Atlético-MG passa por Alex. Para ser mais exato, pelo pé esquerdo dele. Dali saíram 28 gols em 2008, sendo 12 fora da área. Engana-se quem pensa, no bom popular, que o meia apenas solta a pancada. Os especialistas no assunto avisam: a virtude do chute é o jeito de bater na bola. 

Os 12 gols de Alex de fora da área:



— Quem chuta forte é o Roberto Carlos, o Célio Silva, que não sabem chutar. O Alex bate colocado. Isso é dom — explica Neto, ex-jogador e comentarista da TV Bandeirantes.

Neto pode ser apontado como um dos responsáveis pelo sucesso de Alex. No Guarani, onde era gerente, tirou-o da lateral e colocou-o no meio. Fez dele seu pupilo. Obrigou-o a chegar, junto com Netinho (hoje no Atlético-PR) e Martinez (hoje no Palmeiras), uma hora antes do treino. Com o Brinco de Ouro vazio, ensinava o trio a bater na bola com precisão, em espécie de clínica para canhotos.

Outro dono de canhota poderosa, Rivellino conta que aperfeiçou o chute certeiro de trivela sozinho. Mirava fora do gol prevendo o efeito que a bola faria. Acertou tantos que recebeu o apelido de “Patada Atômica”. Para Rivellino, Alex dispensa a força e usa técnica e precisão em seu chute. 

— Força não adianta nada. Bate 50 mil e acerta um — calcula Rivelino, por telefone, de São Paulo.

O “dom” citado por Neto é explicado pela ciência. Segundo o fisiologista do Inter, Luiz Crescente, quando Alex enquadra o corpo e prepara o chute, o cérebro direciona a força necessária naquela fração de segundo para os músculos que realizam o movimento. É algo específico de cada atleta, mas comum em jogadores canhotos.

Os dois gols de Alex contra o Boca deixaram nostálgico um outro canhoto famoso. Éder assistiu ao jogo no Hotel Master, na Capital, onde veio tratar de assuntos relacionados a guris da base do Grêmio, dos quais é agente. Lembrou da época em que assombrava goleiros quando chutava. 

— Quando vi o segundo gol do Alex, lembrei do Éder de 1977 no Grêmio. Estava me vendo — conta.

Éder diz que seus chutes fortes foram favorecidos pela passagem pelo futebol gaúcho, entre 1977 e 1979 — chegou ao Grêmio com 19 anos, vindo do América-MG. Quando foi para o Atlético-MG, em 1980, era dono de um chute poderoso.

Para o ex-ponta, titular da Seleção em 1982, o chute é a soma de aptidão e trabalho: 

— O chute forte é nato da pessoa, mas você aperfeiçoa. Quando trabalha força, tem habilidade e treina bastante, o chute vem.

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