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 | 24/02/2003 15h45min

Ministro da Justiça analisa transferência de Beira-Mar para fora do Rio

Traficante é acusado de ter organizado ação do tráfico nesta manhã

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou nesta segunda, dia 24, que existe a possibilidade de transferência do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, do presídio de segurança máxima Bangu 1, no Rio de Janeiro, para outro Estado, depois das ações de violência no Rio de Janeiro nesta manhã.

– Vamos tratar rapidamente desta questão, vamos tratar dela hoje – disse o ministro a jornalistas, acrescentado que a saída do traficante dependia de uma medida judicial.

O ministro não acredita, porém, que somente a transferência de Beira-Mar para um presídio federal, como foi sugerido pelo prefeito do Rio, César Maia, seja suficiente para conter as ações violentas na cidade.  Maia defendeu que o traficante seja deslocado para "o mais longe do Rio de Janeiro que pudermos, para um presídio federal ou para um presídio no meio da Floresta Amazônica''.

Segundo as autoridades, os incidentes desta segunda foram organizados pela facção criminosa Comando Vermelho, chefiada por Beira-Mar. Bastos disse que o governo federal ofereceu ajuda da Polícia Federal e da Secretaria Nacional de Segurança Pública para conter a violência na cidade, mas descartou a possibilidade de intervenção federal no Estado.

O ministro considerou a situação no Rio como de ''emergência'', depois de ter conversado com a governadora do Estado, Rosinha Garotinho.

Desde a madrugada, várias ações violentas atingiram toda a cidade, incluindo a explosão de três bombas de fabricação caseira em Ipanema, área nobre da zona sul, provocando o fechamento do comércio e distúrbios no transporte público. Até o início da tarde havia o relato de quatro pessoas feridas, um policial e três passageiros de um ônibus. Seis pessoas foram presas. O sindicato das empresas de ônibus do Rio informou que foram danificados pelo menos 11 ônibus – seis foram incendiados, dois depredados e três metralhados. Além disso, três veículos incendiados.

O secretário de Segurança Pública do Rio, Josias Quintal, disse em uma entrevista coletiva que uma carta da facção criminosa foi distribuída pela manhã em vários pontos da cidade a empresários e comerciantes.

Segundo o secretário, a ordem para as ações partiu do conjunto penitenciário de Bangu, na zona oeste, onde fica a prisão de segurança máxima em que Beira-Mar está preso.

Os incidentes lembram os ocorridos em setembro do ano passado. No dia 11 de setembro de 2002, uma guerra de facções dentro de Bangu deixou quatro mortos e chocou a cidade. Em 30 de setembro, o Rio de Janeiro praticamente parou em razão de uma suposta determinação de traficantes presos em Bangu, que teriam exigido fechamento do comércio em toda a cidade. Houve também ataques a instituições públicas e pânico entre a população.

 
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