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 | 06/08/2008 10h47min

Doadores fazem fila para ajudar irmã de Tiago Splitter

Jogadora da seleção de basquete, Michele sofre de leucemia

Um sucesso muito além das expectativas. Esse foi o resultado da campanha de cadastro de doadores de medula óssea, realizada para ajudar Michelle Splitter, que luta contra a leucemia. A chance da atleta blumenauense da Seleção feminina de basquete encontrar um doador compatível é uma em 300 mil. Por isso, a grande adesão desta terça-feira foi, para os organizadores, mais que uma alegre surpresa — uma vitória a comemorar. A estimativa mínima, de 800 doadores, foi ultrapassada já às 15h. Às 19h, finalizada a coleta do último voluntário, as amostras totalizavam 1,3 mil.

A mobilização impressionou a bióloga Andréa Cândido de Faria, que viu passar pelo ambulatório da Furb um fluxo contínuo de doadores todo o tempo, desde estudantes, calouros, juízes e médicos, funcionários liberados pelas empresas e até mesmo estrangeiros, que só não conseguiram doar por incompatibilidade do RG no sistema de cadastro. A auxiliar de laboratório Valdiria de Oliveira Cardoso deparou-se até mesmo com pessoas que nunca tinham tirado sangue e venceram até o medo da agulha para aderir à campanha.

Mas nada disso foi surpresa para o pai de Michelle, Cassio Splitter, que apostou no caráter solidário da comunidade.

— Foi como esperado, o blumenauense nunca deixa na mão. Na hora H, é um por todos e todos por um. Por isso a captação devia se tornar uma constante, com local fixo, durante o ano todo, com desenvolvimento de pesquisa na própria cidade. Blumenau merece — disse.

Os atletas locais também deram provas de que esporte é solidariedade. O Pró-Vôlei Blumenau/FMD/Furb/Barão foi em peso colaborar com a campanha — Tiago Splitter, irmão de Michelle, é ex-aluno do colégio.

— Com certeza ajudar para nós foi um orgulho; a Michelle é uma atleta e ficamos muito felizes em ajudar. Se Deus quiser, algum de nós vai ser um doador compatível, é o que todos esperamos — comentou Lauvian Gonçalves Del Lama.

Marcelo Splitter, que ajudou o dia inteiro no atendimento, comoveu-se com tanta demonstração de carinho pela irmã.

— Todo mundo colaborou, amigos vieram ajudar, e veio gente de Rio do Sul, Indaial, só para fazer essa coleta... Encontrar aqui pessoas que a gente não via há tempo, ver a cidade se movendo para ajudar, é emocionante. Agradeço a todos por doarem esperança e amor aos que sofrem dessa doença. Se Deus quiser, alguém do Vale vai sim conseguir ajudar. Isso dá esperança não somente à minha irmã, mas para muitas outras vidas.

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