Beneficiado pela estratégia da Equipe Medley na parada obrigatória para reabastecimento, Marcos Gomes ganhou neste domingo a prova de abertura da temporada 2008 da Stock Car. Diante do grande público que lotou as arquibancadas do Autódromo de Interlagos, o piloto de 24 anos fez uma corrida perfeita.

O piloto saiu em sexto, ganhou uma posição com a quebra do cardã do pole Ingo Hoffmann (AMG), pressionou o companheiro Ricardo Maurício até que este cedesse o quarto lugar e se aproveitou das paradas nos boxes para assumir a ponta no meio da prova. Thiago Camilo (Vogel-Texaco) e o bicampeão Cacá Bueno (RC), que também ocuparam a liderança, completaram o pódio.

Foi a segunda vitória de Marcos Gomes, filho mais novo de Paulo Gomes, primeiro campeão da Stock Car. E consecutiva, já que o melhor estreante de 2007 havia ganho também no fechamento do calendário passado.

– Foi uma estréia maravilhosa, especialmente depois do erro que cometi no último treino classificatório de ontem. A largada estática era uma coisa nova para mim. Acabei queimando e espero que isso não aconteça mais. A corrida foi emocionante, principalmente pela volta do pit stop. Meu carro estava bom, mas, sem o reabastecimento, tudo seria muito mais difícil – admitiu.

Gomes agradeceu a Ricardo Maurício por ter cedido a passagem quando disputavam a quarta colocação.

– Fui até onde deu. Quando percebi que poderia atrasá-lo, deixei a parte de dentro para ele passar – disse Maurício, vencedor da primeira etapa em 2007 e que recebeu bem a quarta colocação desta vez.

– Depois que o Ricardinho abriu, encostei rapidamente no Cacá e no Thiago. Fui o último dos ponteiros a entrar nos boxes, acelerei ao máximo e usei a injeção de nitro para aumentar a potência do motor. Consegui voltar na frente do Camilo e tinha mesmo um carro mais rápido. Depois, foi só administrar e correr para o abraço – brincou.

O chefe da Equipe Medley, Andreas Mattheis, lembrou que a decisão de retardar o reabastecimento de Marcos Gomes foi de Xandy Negrão, ex-piloto e espécie de consultor desportivo informal.

– Foi também uma vitória de toda a equipe, que vem mostrando consistência desde o crescimento que apresentamos no final do ano passado. Fechamos o ano bem e estamos começando bem – afirmou.

O trabalho de Mattheis foi elogiado até pelos adversários.

– O Andreas escolheu a melhor estratégia – aplaudiu Thiago Camilo, reverenciando também a chegada do companheiro Guto Negrão.

– O clima na equipe agora é outro com a vinda do Guto. Fazia muito tempo que não tínhamos dois carros bem colocados no grid – lembrou Camilo, que saiu em segundo e minimizou a importância do reabastecimento na perda de uma vitória que pareceu próxima no início da corrida.

– Nenhum piloto que está na frente gosta dessa parada, porque sempre há um risco. Mas as regras são para todos – salientou.

O excelente início de temporada de Guto – sétimo no grid – foi comprometido por uma batida que levou por trás de Luciano Burti na primeira relargada, depois que o safety car entrou na pista por causa de uma batida entre Thiago Marques e Thiago Medeiros. No segundo acidente, desta vez envolvendo Nonô Figueiredo e Daniel Serra, sobrou também para Valdeno Brito (Medley). Estreando na Equipe Medley, Brito completou apenas seis voltas antes de ficar no meio do choque entre Nonô e Daniel Serra.