Cotado para assumir o lugar de Celso Roth, que não apareceu no Olímpico e passou o dia incomunicável ontem, o técnico Tite ingressou em dezembro do ano passado no chamado condomínio de credores do Grêmio.

Foi o acordo a que chegaram as duas partes para quitação de uma dívida estimada em R$ 1,5 milhão. Ela é relativa a diferenças salariais e prêmios, pendentes desde que deixou o clube, em 2003.

Ontem, o ex-diretor de futebol Paulo Pelaipe acusou Tite de só concordar em entrar no condomínio se a dívida fosse corrigida de R$ 600 mil para R$ 1,5 milhão. Além disso, segundo o dirigente, o técnico teria exigido o pagamento antecipado de R$ 195 mil ao escritório jurídico que o representa.

Ainda segundo Pelaipe, Tite teria pedido demissão e alegou, mais tarde, ter sido demitido.

O advogado Nelson Sturmhoebel, da empresa Refast, desmente a informação de Pelaipe. Assegura que Tite tentou, sem sucesso, obter acordo amigável com o clube. Só recorreu à justiça por temer a prescrição do prazo legal para a cobrança.

— Se houve um acordo, é porque as duas partes acertaram. Se ele entrou no condomínio, é porque aceitou as condições. E nunca cobrou multa por demissão — afirma o advogado.

Fontes ligadas a Tite desmentem que ele tenha sido procurado pela direção do Grêmio para substituir Roth. O técnico está sem trabalhar desde janeiro, quando deixou o Al Ain, dos Emirados Árabes.