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 | 10/03/2008 05h01min

Pato queria ver o Beira-Rio lotado

Pela internet, jogador pediu imagens do estádio no sábado, na vitória do Inter sobre o Brasil

Diogo Olivier  |  diogo.olivier@zerohora.com.br

Uma conversa no MSN resume o que realmente importou na vitória do Inter sobre o Brasil por 2 a 0, no sábado. Horas antes de fazer ontem um dos gols da vitória do Milan por 3 a 1 sobre o Empoli, Alexandre Pato esteve no programa de troca de mensagens na internet com Bruno Junqueira, responsável pelo site de Fernandão.

— Pato, o Beira-Rio está lindo. Tem umas 50 mil pessoas! — disse Bruno.

— Quero ver, quero ver! Me mostra! — pediu Pato.

E lá se foi Bruno atrás de alguém com laptop e webcam nas cabines de imprensa do Beira-Rio, para satisfazer o desejo de Pato.

Pato só tinha visto o estádio lotado deste jeito na final da Recopa. Naquela decisão, as roletas dos portões registraram 51.023 pessoas. No sábado, foram 46.472 colorados e cerca de mil xavantes, cuja charanga atrás de uma das goleiras protagonizou um espetáculo comovente. Mas era apenas a primeira fase do Gauchão. Por isso o espanto de Pato.

O acesso livre para mulheres, em homenagem ao seu dia, ajudou para o público de Gre-Nal, recorde absoluto do campeonato até agora. Havia famílias inteiras no Beira-Rio. Exatas 11.709 avós, mães e filhas coloriram o Beira-Rio. E foram as filhas — mães e avós prestaram assessoria ajudando na hora de tirar as fotos, mas o show foi adolescente — que promoveram um outro espetáculo.

Há duas formas de os jogadores deixarem o estádio: uma é pela entrada da imprensa, mais aberta. A outra é pelo acesso principal ao vestiário, a 50 metros dali, protegido por um portão de ferro aberto pelos seguranças toda vez que algum jogador vai sair. Imagine, então, o corre-corre pós-jogo, no sábado.

Renan apareceu na saída da imprensa e uma onda adolescente correu até lá. Dali a pouco, alguém surgiu no outro lado.

— É o Fernandão! É o Fernandão! — gritou alguém, liderando o deslocamento em bloco.

Era Orozco. Nota-se alguma decepção. O colombiano enfrenta algum assédio, mas elas rapidamente o largam e voltam-se para Renan. Andressa Fick (11 anos), Mallu Pasquale (14), Renata Medeiros (14), Natacha Oliveira (17) e Natália Barth (13) passaram uma hora dependuradas na grade à espera dos ídolos.

— Renan, vem aqui para este lado! Deu, deu, vocês aí deste lado, ô: agora ele vem para cá — gritava Natália, tentando ordenar a busca dos autógrafos nos cadernos e nas camisetas.

O jogo do recorde de público do Gauchão/2008 teve também alguns episódios que fizeram lembrar os anos 70 e o começo da década de 80, quando uma partida de futebol ainda era um evento familiar. O serviço de alto-falante mandou cinco recados avisando aos pais que seus filhos se encontravam no portão X ou Y. Em jogos assim, crianças se perdem na multidão.

Houve até recado que fez o Beira-Rio gargalhar, sobretudo quando foi repetido, 10 minutos depois:

— Fulano, sua mulher está a sua espera no portão tal.

Flashes espocando enquanto a bola rolava no melhor estilo show de banda roqueira. Gritos flagrantemente juvenis no momento do gol perdido. A velha "ola", a onda humana inventada pelos mexicanos na Copa de 1970. O jogo ficou no 2 a 0. Mas, desta vez, quem goleou foi a torcida.

 
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