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 | 05/03/2008 14h34min

Colômbia e Equador retomam negociações sobre texto de resolução da OEA

Crise diplomática resulta de uma operação militar colombiana em território equatoriano

A Colômbia e o Equador reativaram nesta quarta-feira as conversas para alcançarem um acordo sobre o conteúdo de uma resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA) referente à crise diplomática resultante de uma operação militar colombiana em território equatoriano. As negociações, adiadas durante a madrugada por falta de consenso, foram reiniciadas às 10h (12h de Brasília) na sede da OEA, em Washington.

Um grupo de trabalho liderado pelo embaixador do Panamá, Arístides Royo, e pelo secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, tenta mediar as partes para que elas cheguem a um acordo antes do começo da reunião extraordinária do Conselho Permanente, convocada inicialmente para as 11h (13h de Brasília).

O presidente do Conselho Permanente, Cornelius Smith, que também participa da reunião, decidiu adiar durante a madrugada as negociações, "intensas, mas amistosas", segundo ele, após seis horas sem chegar a um consenso sobre o texto da futura resolução. Ao chegar à sede da OEA hoje, Insulza não revelou detalhes da reunião nem avanços obtidos até o momento.

Após a suspensão da reunião do Conselho Permanente, Equador e Colômbia optaram por continuar por algumas horas as negociações para definir suas posturas nas negociações de hoje, informaram fontes diplomáticas colombianas. No entanto, os dois países continuam na mesma "dificuldade" que tem impedido o acordo até agora, destacaram.

A Colômbia afirma que pode conseguir um texto que agrade às duas partes. A confiança é de que saia ainda hoje a resolução sobre o conflito com o Equador, após a ofensiva militar colombiana em território equatoriano contra um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

 

 

Propostas

As duas propostas apresentadas ontem à noite pelo Equador têm o objetivo de condenar a violação da Colômbia ao território e à soberania de seu vizinho, ou pelo menos a reafirmação de que o território de um Estado é inviolável. O Equador também propôs a criação de uma comissão para visitar os dois países e elaborar um relatório e propostas a serem encaminhadas à reunião de chanceleres. O pedido não agradou muito à Colômbia, que diz não ser preciso investigar os fatos, pois não reconheceu sua incursão em território equatoriano.

As duas partes parecem concordar na convocação de uma reunião de consulta de ministros das Relações Exteriores, que não teve a data marcada. Em seu último projeto de resolução, o Equador propôs o dia 17 de março, mas vários países preferiram adiar um pouco mais, para 25 de março, a tempo de a comissão, que deve ser constituída, tenha tempo de elaborar um relatório.

Ontem à noite o embaixador da Colômbia na OEA, Camilo Ospina, disse que as partes não concordam "em duas ou três frases" do texto, que ainda pode ser modificado consideravelmente durante o dia de hoje, conforme as propostas e a flexibilidade dos dois países. O Equador chamou ontem à noite a postura da Colômbia de "intransigente e fechada", enquanto os colombianos disseram que "infelizmente" alguns aspectos do texto "não foram suficientes" para o Equador.

EFE
 
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