| 14/02/2008 11h16min
Os partidos de oposição se reúnem na manhã desta quinta-feira para decidir quais os próximos passos para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Cartões Corporativos. Antes de protocolar o pedido de CPI, a oposição quer tentar um acordo e dar um prazo para que o governo dê o sinal verde sobre o compartilhamento do comando da futura comissão de inquérito.
Apesar da pressão dos senadores da oposição, e até mesmo de alguns governistas, por ordem do Planalto a base aliada manteve ontem a decisão de não abrir espaço para PSDB e DEM no comando da CPI. Diante do impasse, mesmo depois de conseguirem o número de assinaturas para a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara e do Senado para investigar o mau uso dos cartões corporativos, os partidos de oposição resolveram não apresentar ontem o pedido formal de abertura de CPI.
Alguns governistas concordam em abrir espaço para a oposição no comando da CPI. O presidente do Senado, Garibaldi
Alves (PMDB-RN), e o
líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), defendem que a presidência da comissão fique nas mãos da oposição. Mas no Palácio do Planalto a ordem é não abrir mão do comando da CPI. Parte do PMDB e os petistas também são contrários a dividir o poder. Alegam que, este ano, o governo não precisará de nenhum voto da oposição, uma vez que não haverá apreciação de matérias constitucionais, situação em que o governo não tem maioria no Senado.
Preocupado com a paralisia no Senado, o presidente Garibaldi Alves se comprometeu a intervir junto ao Planalto para que a oposição fique com um dos postos de comando da CPI.
— Se for necessário falo com o presidente Lula — afirmou Alves.
Ontem, a oposição iniciou uma "obstrução branca" no Senado, permitindo apenas a votação de redação final de projetos de lei já apreciados.
Depois de dois dias, apenas 172 deputados haviam assinado até o início da noite ontem o requerimento de instalação da
Comissão. A oposição temia que, na última hora,
deputados retirassem seu apoio à CPI. Além disso, segundo o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), autor do requerimento da CPI, nenhum líder da base aliada tinha assinado, até aquele momento, o pedido de criação da comissão.
— Há algo estranho no ar. Por que os líderes não assinaram uma matéria que é consensual? — indagou o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).
Ao tomar conhecimento de que os líderes aliados na Câmara não haviam assinado o requerimento da CPI, Romero Jucá voltou a afirmar que a orientação do Palácio do Planalto é a favor da abertura da comissão.
— O que posso fazer se eles não assinaram? Eu não comando a Câmara — argumentou Jucá.
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