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 | 13/02/2008 15h43min

Polícia britânica considera suspeita morte de ex-investidor do Corinthians

O bilionário Badri Patarkatsishvili fazia parte da oposição na Geórgia

A polícia britânica considera suspeita a morte, ocorrida na noite de terça-feira, em Londres, do bilionário e opositor georgiano Badri Patarkatsishvili, 52 anos, anunciou um porta-voz da polícia. Investigações no Brasil apontaram que Patarkatsishvili fez parte da MSI (Media Sport Investment), grupo de investimentos que trabalhou no Corinthians. Segundo relatório do Ministério Público, “não há dúvida alguma acerca da efetiva participação de Boris Berezovski e Badri Patarkatsishvili nos investimentos no Corinthians”. As informações são do site G1.

— Como qualquer morte súbita, será tratada como suspeita — afirmou uma porta-voz da polícia de Surrey (sudeste da Inglaterra), entrevistada por telefone.

Nesta quarta-feira será realizada uma necropsia, segundo a mesma fonte, que não teve condições de confirmar as causas da morte de Patarkatsishvili.

— Dizem que um problema cardíaco causou a morte — afirmou um sócio do político, Nona Gaprindachvili, citado pelo site do canal de televisão georgiano Mze Tv.

Golpe

Patarkatsishvili era acusado de fomentar um golpe na antiga república soviética no ano passado. Considerado o homem mais rico da Geórgia, era co-proprietário — ao lado do grupo News Corp, do magnata americano-australiano das comunicações Rupert Murdoch — da principal rede de oposição georgiana, a Imedi TV. Suas relações com as autoridades georgianas eram tensas.

Patarkatsishvili, que vivia principalmente na Grã-Bretanha e em Israel, foi artífice do movimento de oposição que tomou as ruas da capital georgiana, Tblisi, em novembro passado, provocando forte repressão policial. O presidente pró-ocidental georgiano, Mikhail Saakachvili, o acusou de querer organizar um golpe de Estado.

O magnata e opositor negou as acusações de tentativa de golpe e afirmou que havia sido vítima de um plano de assassinato. A notícia da morte havia sido anunciada antes por um de seus amigos, o oligarca russo Boris Berezovski, um crítico ferrenho do Kremlin, que vive como exilado político na Grã-Bretanha. Ele, porém, não quis comentar se considerava suspeitas as circunstâncias da morte de Patarkatsishvili.

Nas eleições de 5 de janeiro de 2008, o presidente Saakachvili foi reeleito com 53% dos votos ao fim de um processo eleitoral contestado pela oposição. Patarkatsishvili, que também era candidato, obteve 6,99% dos votos. As autoridades georgianas fecharam durante várias semanas a Imedi TV, após as manifestações de novembro de 2007, e impuseram por vários dias um estado de exceção.

No início dos anos 90, Patarkatsishvili se associou em Moscou a Berezovski, então eminência parda do presidente russo Boris Yeltsin. Em junho de 2001, Patarkatsishvili foi acusado de ter tentado organizar a fuga da prisão de um sócio de Berezovski, Nikolai Glushkov. Em outubro de 2002, foi acusado de fraude em grande escala durante os anos em que foi vice-diretor da LogoVAZ, concessionária de automóveis de propriedade de Berezovski para a venda de veículos da AvtoVAZ, montadora russa da marca Lada.

EFE / 

Opositor georgiano morreu na noite de terça-feira, supostamente por problema cardíaco
Foto:  EFE


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