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 | 11/02/2008 18h30min

Campanha de Hillary Clinton enfrenta dificuldades financeiras

Falta de recursos e problemas para prévias de amanhã levam assessora a se demitir

A senadora democrata Hillary Clinton aparece nesta segunda-feira em desvantagem nas pesquisas para as primárias de amanhã em Maryland, Virgínia e Columbia, após um fim de semana conturbado, que forçou a reestruturação de sua cúpula de campanha. Após uma boa performance na jornada pré-eleitoral da Superterça, na semana passada, ela viu seu concorrente Barack Obama levar a melhor nas prévias dos Estados de Nebraska, Louisiana, Washington, Maine e Ilhas Virgens, todas realizadas no último final de semana.

Como se essas vitórias não fossem suficientes, Obama protagonizou um novo golpe de efeito no domingo, ao vencer o prêmio Grammy na categoria de Melhor Audiobook, com seu livro The Audacity of Hope: Thoughts on Reclaiming the American Dream, derrotando concorrentes de peso como os ex-presidentes dos Estados Unidos Jimmy Carter e Bill Clinton. O prêmio aumenta ainda mais a visibilidade do senador por Illinois, cujo empurrão deve favorecer a obtenção de fundos para sua campanha. Ele arrecadou um total de US$ 32 milhões em janeiro, frente aos US$ 13,5 milhões de Hillary.

A imprensa americana aponta hoje que parte da reestruturação anunciada por Hillary, que resultou na demissão de sua diretora de campanha Patti Solis Doyle, tem a ver, precisamente, com a questão do financiamento eleitoral. O jornal The Washington Post cita um membro não-identificado da campanha de Hillary, que assinala que Patti não informou à senadora por Nova York sobre o rápido esvaimento dos fundos arrecadados. Hillary teria sido informada de sua difícil situação financeira somente após as primárias de New Hampshire, em 8 de janeiro.

A ex-primeira-dama anunciou na semana passada que tinha colocado US$ 5 milhões de seu próprio bolso na campanha em janeiro e alguns de seus mais altos assessores asseguraram que se a situação não melhorar, renunciarão a seus salários neste mês. Essas dificuldades levaram a pré-candidata a fazer um apelo a seus doadores, aos quais pediu novas injeções de capital para lançar uma campanha midiática massiva em estados como Ohio, Texas e Pensilvânia, nos quais espera desbancar seu rival. A democrata arrecadou US$ 10 milhões desde a Superterça.

Patti, de 42 anos, filha de imigrantes mexicanos, era a hispânica com um cargo mais alto nas atuais campanhas pré-eleitorais americanas. A assessora assegurou, em e-mail enviado no domingo aos membros da campanha, que sua saída se deve a motivos pessoais e afirmou que continuará ajudando Hillary. Mãe de dois filhos, ela conhece a democrata há mais de 16 anos, quando a senadora vivia em Arkansas, de onde Clinton foi governador. Patti será substituída por Maggie Williams, chefe de gabinete de Hillary quando primeira-dama e que é considerada sua aliada incondicional.

Maggie e o círculo de assessores mais próximos terão como missão garantir a vitória da senadora em Texas e Ohio, nos quais estão em jogo 389 dos 2.025 delegados necessários para conseguir a nomeação democrata. Hillary e Obama mantêm atualmente um empate virtual na corrida democrata à indicação presidencial. O senador por Illinois, no entanto, parte como favorito para as prévias de amanhã, devido ao elevado percentual em Virgínia, Maryland e Columbia de afro-americanos e de pessoas com alta formação acadêmica, dois grupos que estatisticamente o favorecem.

EFE
 
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