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 | 12/12/2007 05h25min

Dinheiro de Lucas e Carlos Eduardo pagará dívidas

Pouco dos R$ 32 milhões liberados pela Justiça será usado para reforçar o time em 2008

Luís Henrique Benfica  |  luis.benfica@zerohora.com.br

Liberados ontem pela Justiça, os quase R$ 32 milhões relativos às vendas de Lucas e Carlos Eduardo terão pouca utilidade na montagem do grupo do Grêmio para 2008. A maior parte será usada no pagamento de dívidas. Segundo dados da própria direção, o clube deve hoje R$ 120 milhões.

A ida do zagueiro William para o Corinthians é outra solução encontrada para saldar contas antigas. O capitão nos últimos jogos do Brasileiro poderá trocar o Olímpico pelo Parque São Jorge em troca do débito de US$ 1 milhão da compra do zagueiro Nenê, pendente desde 2000.

Até ontem, a proposta corintiana ainda não havia chegado. Criticada pelos torcedores, a possibilidade da saída do jogador é encarada com naturalidade pelos dirigentes.

— Se a proposta chegar, vamos avaliar. Nenhum jogador do Grêmio é inegociável. Inegociável é o ruim, que você não consegue vender para ninguém — disse o presidente Paulo Odone.

Depois de fazer as contas, o clube concluiu que a troca de William pela dívida será vantajosa. Aos 31 anos — completará 32 em agosto —, o ex-zagueiro do Ipatinga dificilmente seria negociado com outro clube. O Grêmio concluiu que cedê-lo agora, desfazendo-se de um compromisso, representa vantagem.

Há, também, a convicção de que Leo, Teco, Matheus e o júnior Wagner, que será promovido, suprirão eventuais carências defensivas.

A liberação do dinheiro de Lucas e Carlos Eduardo foi tomada por unanimidade pela 2ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região. Representado pelo advogado Cláudio Pimentel, o Grêmio argumentou que sua adesão à Timemania, nova loteria criada pela Caixa Econômica Federal, representava a garantia da quitação de dívidas fiscais.

Dos R$ 300 mil mensais que a Timemania garantirá ao Grêmio, cerca de R$ 260 mil servirão para abater a dívida. O total, que chega a R$ 60 milhões, será pago em 240 parcelas.

Segundo a relatora do processo no tribunal, juíza federal Vânia Hack de Almeida, a 1ª Vara Federal de Execuções Fiscais examinará a garantia proposta pelo Grêmio para substituir os valores bloqueados. O clube ofereceu como garantia o complexo do Estádio Olímpico.

Os caminhos do dinheiro

> Por unanimidade, a 2ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região decidiu ontem suspender o bloqueio dos valores relativos às vendas de Lucas e Carlos Eduardo, ocorridas respectivamente em maio e agosto

> Como o Grêmio havia sido excluído do Refis (Programa de Recuperação Fiscal), o dinheiro foi bloqueado como garantia do pagamento de dívidas fiscais (FGTS, INSS e Receita Federal)

> A adesão do Grêmio à Timemania possibilitou o desbloqueio dos valores

> Com a decisão de ontem, o Grêmio irá receber R$ 31,9 milhões

> Dos 6,6 milhões de euros (cerca de R$ 17 milhões) da venda de Lucas, o Grêmio só havia recebido 1 milhão (R$ 2,58 milhões). Agora, receberá 5,6 milhões de euros (R$ 14,4 milhões)

> Até ontem, o total da venda de Carlos Eduardo (6,8 milhões de euros, cerca de R$ 17,5 milhões) não havia sido liberado

> Descontada a parte destinada aos credores e ao pagamento de comissões aos empresários, restarão cerca de R$ 5 milhões para aplicação no futebol

 
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