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 | 24/09/2007 18h28min

Zagallo nega falta de pulso na Copa de 1998

Ex-técnico da Seleção também disse que não ocorreu indisciplina no grupo em 2006

O ex-técnico da seleção brasileira Mario Jorge Lobo Zagallo negou que problemas internos tenham influenciado nas derrotas para a França nas Copas do Mundo de 1998 e de 2006, quando ele foi coordenador técnico do Brasil.

— Na Copa de 1998 não houve falta de comando técnico, como andam dizendo, e na de 2006 não vi nenhum jogador bêbado ou que passou a noite se divertindo — disse Zagallo em entrevista à Efe.

O ex-técnico rebateu dessa forma recentes críticas do ex-jogador Zico por suposta falta de liderança na Copa de 1998, e afirmações do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, em relação a supostos atos de indisciplina em 2006.

Zico, que foi o coordenador técnico de Zagallo na Copa da França, assegurou que após as convulsões sofridas por Ronaldo antes da final, vencida pelos anfitriões por 3 a 0, faltou alguém com autoridade para impedir que o jogador fosse escalado.

Ricardo Teixeira afirmou que a seleção de 2006, que chegou à Alemanha como favorita e foi eliminada pela mesma França nas quartas-de-final, foi prejudicada por alguns jogadores que chegavam à concentração bêbados e já de madrugada.

— Na Copa de 1998 não houve falta de comando técnico. O que ocorreu foi algo fatídico. Foi fatídico que ocorresse esse problema com Ronaldo, um jogador que tinha pouco mais de 20 anos, com saúde e que depois do almoço sofreu uma convulsão. E esse foi o grande problema, por que isso não ocorreu cinco dias antes ou após a Copa do Mundo. Ocorreu precisamente no dia da final — afirmou Zagallo, campeão mundial como jogador na Suécia, em 1958, e no Chile, me 1962, como técnico no México, em 1970, e como coordenador técnico nos EUA, em 1994.

Zagallo disse que depois desses problemas Ronaldo foi submetido a vários exames em uma clínica francesa e retornou com todos os resultados positivos, por isso, ao ser avisado de que seria substituído por Edmundo, pediu que o deixassem jogar.

— Se a clínica disse que ele estava apto e o departamento médico da CBF e Lídio Toledo, que era o médico, não o vetaram, eu, como treinador, tinha de escalá-lo. Além disso, ele pediu para jogar. Disse que não estava sentindo nada e que, se estivesse com algum problema, não pediria. O treinador era eu e ele queria jogar, então eu o escalei — disse Zagallo.

Ele ressaltou que a situação exigia uma decisão do técnico e que ele optou por contar com Ronaldo, então considerado o melhor jogador do mundo.

— Se não tivesse escalado o Ronaldo e o Brasil também tivesse perdido, a responsabilidade cairia igualmente sobre mim, o técnico. Se tivesse que fazer a mesma coisa outra vez, eu faria — afirmou.

Zagallo não soube explicar o que levou Zico a fazer essas declarações quase nove anos depois do incidente e acrescentou que nunca falou sobre esse assunto com seu então companheiro de comissão técnica.

Quanto às declarações de Ricardo Teixeira sobre as supostas saídas noturnas de alguns jogadores na Alemanha, disse ter sido surpreendido, porque não viu nem soube nada disso.

— Quando saiu essa notícia, me surpreendeu. Pensei que tinham inventado essa declaração. Eu estava lá. Nos dias de descanso todo mundo chegou no horário e ninguém chegou bêbado — expressou.

EFE
Urs Flueeler / EFE

Zagallo: na Copa de 1998 não houve falta de comando técnico e na de 2006 não vi nenhum jogador bêbado
Foto:  Urs Flueeler  /  EFE


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