Se dependesse apenas da vontade do presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Max Mosley, os dois pilotos da McLaren também deveriam ter sido penalizados na audiência da última quinta-feira, em Paris, que puniu a escuderia de Woking, mas deixou a dupla Lewis Hamilton e Fernando Alonso ilesa. Em entrevista à Rádio BBC, o dirigente afirmou que fazia parte de uma minoria do Conselho Mundial de Esportes a Motor que defendia que não só a McLaren, mas também seus pilotos deveriam ser punidos pelo aproveitamento das informações secretas a respeito da Ferrari adquirido pelo projetista da equipe, Mike Coughlan.

– Teria retirado todos os pontos de Hamilton e Alonso, uma vez que há a suspeita de que eles tiveram uma vantagem que não deveriam ter tido – argumentou Mosley.

– Estou um pouco desapontado, pois quando a história for escrita e todos os ânimos tiverem se acalmado as pessoas dirão ‘espere um minuto, simplesmente não sabemos o que aconteceu. Será que Raikkonen ou Massa teriam vencido se não fossem tais informações?’ – questionou.

A McLaren corria o risco de ser excluída desta e da próxima temporada da Fórmula-1, mas o Conselho Mundial preferiu retirá-la do Mundial de Construtores deste ano e multá-la em US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 190 milhões). Para Mosley, o argumento do qual muitos se valem, de que uma punição aos pilotos seria injusta, uma vez que todo o imbróglio não é culpa deles, não procede.

– Há um campeonato brilhante entre Alonso e Hamilton. As pessoas ligadas aos esportes diziam: ‘se interferir nisto, estragaremos uma competição muito boa, não foi culpa dos pilotos’. Pode-se dizer isto, mas nunca é culpa deles. Um piloto pode ser desclassificado porque seu carro está abaixo do peso, isso não faria diferença, mas há o princípio. Se você está fora do regulamento, você não está no jogo – finalizou.