A engenharia política para organizar a formação do secretariado levou o governador eleito Germano Rigotto (PMDB) a dedicar esta quinta, dia 28, a conversações com partidos coligados e aliados. Rigotto cumpriu um roteiro de encontros com o PHS, o PDT, o PTB e o PSDB.

O novo governador garante que ainda não definiu a fatia que caberá a cada partido. Usará a viagem que fará à Europa e aos Estados Unidos, de 30 de novembro a 7 de dezembro, para meditar e decidir. A rodada de conversas desta quinta serviu para avançar a discussão sobre as secretarias preferenciais de cada pasta, a análise dos nomes propostos e o debate sobre formato e função das secretarias.

O anúncio oficial de nomes e secretarias será a partir da segunda quinzena de dezembro. O prazo definido por Rigotto para apresentar a esperada equipe causa ansiedade nos partidos. Na reunião com o PDT, Rigotto ouviu do presidente do partido, deputado estadual Vieira da Cunha, uma cobrança de definições. Vieira disse que o partido tem dificuldade de lidar com a falta de propostas concretas.

Já os representantes do PSDB saíram da reunião do final da tarde mostrando disposição de "cortar na própria carne", abrindo mão de secretarias desejadas para acomodar os partidos que darão sustentação ao próximo governo, mas ironizaram as pretensões do PPB de exigir cargos proporcionais à bancada de 10 deputados na Assembléia Legislativa e ao número de prefeitos.

– Se o PPB tivesse nos apoiado já no primeiro turno, teríamos que dar 90% do governo para eles – brincou Bercílio Silva, presidente estadual do PSDB.

O PPS saiu em defesa do espaço que ocupará no Palácio Piratini. O presidente do partido, Nelson Proença, disse que se o partido for para o governo, "quer ser aceito por inteiro". O comentário é uma referência à resistência de setores do PMDB, que não querem ver no secretariado pessoas que tiveram papel marcante no governo de Antônio Britto.