O Mundial Sub-20 começa a ser disputado neste sábado, no Canadá, com um grande desafio para a seleção brasileira. O time canarinho luta para igualar o recorde da Argentina, que venceu a competição em cinco ocasiões. O Brasil traz na bagagem quatro troféus e muita tradição. Aliás, a força do futebol sul-americano é incrível no Sub-20 – tanto que, das 15 edições, a América do Sul garantiu nove títulos, contra seis dos europeus, que venceram pela última vez em 1999, com a Espanha.

– Creio que os sul-americanos desde cedo têm uma maneira diferente de usar seu talento. Os europeus começam muito jovens a se organizarem taticamente e numa idade em que as coisas se nivelam muito, quem tem mais habilidade leva a melhor. Isso para mim explica essa superioridade da Argentina e do Brasil. Nas últimas Olimpíadas mesmo os argentinos ficaram com a medalha de ouro e os paraguaios com a de prata. Isso quer dizer alguma coisa – afirmou José Pekerman, que dirigiu a Argentina na Copa do Mundo de 2006 e já conquistou por duas vezes o título mundial Sub-20, em 1995 e 1997.

O curioso dessa categoria sub-20 é que os africanos, que se destacam em Jogos Olímpicos e em Mundiais Sub-17, jamais conquistaram um título, mesmo todos sabendo que na África as certidões de nascimento acabam não sendo registradas muitas vezes nos anos em que as crianças foram geradas. Isso leva as equipes daqueles continentes disputarem esse tipo de competição com atletas com idades superiores ao regulamento.

– Apesar dessa situação é sempre muito complicado enfrentar seleções africanas. Lembro que na decisão de 93 encaramos Gana na grande decisão e foi algo muito difícil, com um triunfo por dois a um muito suado – lembrou Júlio César Leal, técnico da seleção brasileira na conquista de 1993.

O Canadá se preparou muito para organizar esse Mundial Sub-20, como parte do processo de aceitação do esporte no país que vem sendo liderado pela Federação de Futebol local. A idéia é fazer o velho esporte bretão ser adotado pelos canadenses, assim como foi em outros lugares antes pouco difundido, como o Japão. O sonho de alguns dirigentes canadenses é receber uma Copa do Mundo, já que a Fifa vem usando como escolha de sedes o sistema de rodízio por continentes.

GAZETA PRESS