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 | 09/10/2002 18h21min

Para Fraga, novo presidente tem que reforçar compromissos já acertados

Dirigente do BC disse que comportamento do câmbio é resultado das indefinições eleitorais

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, declarou que o novo presidente, independente de quem seja, tem que reforçar os compromissos com a estabilidade econômica, acertados na atual gestão.

Durante entrevista coletiva concedida na tarde desta quarta, 9 de outubro, para traçar um panorama do atual cenário, Fraga disse que o comportamento do câmbio no país resulta da expectativa sobre a posição do novo governo diantes dos compromissos firmados pelo governo atual, como a inflação baixa e os contratos com organismos internacionais.

Ele declarou que seria melhor que as campanhas ocorressem em um clima melhor para a sociedade. Afirmou que seria importante que os presidenciáveis reforçassem os compromissos com as medidas do atual governo (como as metas acertadas com o FMI), e que o que foi dito não foi suficiente. Segundo o presidente do BC, seria preciso apresentar melhor as condições e aumentar o debate.

Fraga disse que não acredita que esteja tudo errado no país, como foi passado nas campanhas para o primeiro turno das eleições presidenciais.

– O clima da campanha foi um erro de diagnóstico – concluiu.

Perguntado se isso era uma crítica ao candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, já que o outro candidato que irá para o segundo turno, José Serra (PSDB), é do governo, Fraga negou.

– Tenho dito lá fora que o Brasil vai manter seu rumo independentemente do presidente eleito. Isso seria então uma defesa da oposição – disse.

Ele lembrou que o país dispõe de US$ 30 bilhões do FMI e mais US$ 3 bilhões do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento para aliviar problemas.

O presidente do BC também disse que não aceita insinuações de que a instituição atuou com qualquer viés político. A decisão sobre tornar mais difícil para os bancos atuar no mercado de câmbio um dia depois do primeiro turno das eleições foi tomada, segundo ele, na hora certa.

Fraga também considerou equivocada a declaração do especulador George Soros, de que o Brasil não resiste a juros de 25% ao ano e de que a democracia só é boa quando se elege o candidato do mercado.

– Vale a pena ressaltar que esse clima atual não começou com as declarações equivocadas de Soros. Não concordo, no entanto, com essa visão, porque existe solução e ela não requer nenhuma mágica – afirmou Fraga, que já trabalhou ao lado de Soros antes de assumir o Banco Central.

Jamil Bittar  / Reuters


Foto:  Jamil Bittar  /  Reuters


 
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