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 | 16/02/2007 19h01min

OMS diz que vacina contra H5N1 poderia ser desenvolvida em três meses

Atualmente, 17 fabricantes de 10 países já estão desenvolvendo protótipos de vacinas contra o vírus

Uma vacina capaz de imunizar as pessoas contra o H5N1, o vírus causador da gripe aviária, poderia ficar pronta em três meses, a partir da detecção da variante que seria facilmente transmitida entre pessoas e provocaria uma pandemia humana, anunciou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS).

– No melhor cenário e sem que nada falhasse, atualmente uma vacina poderia ser elaborada em apenas três meses, e, em um ano, seria possível produzir um número suficiente para proteger 500 milhões de pessoas – afirmou hoje em Genebra o responsável do Departamento de Microbiologia e Imunologia da Universidade de Melbourne, Austrália, Ian Gust.

Após dois dias de reuniões na sede da OMS, mais de 100 especialistas do mundo inteiro estudaram os progressos obtidos no projeto de uma vacina eficaz contra o H5N1. Segundo Gust, presidente da reunião, são avanços que "não têm precedentes" e "são realmente encorajadores".

Atualmente, 17 fabricantes de 10 países já estão desenvolvendo protótipos de vacinas contra o vírus H5N1, uma variante extremamente letal tanto entre as aves como entre os humanos, visto que matou 128 pessoas dos 225 casos noticiados em 10 países (57%).

A organização de saúde da ONU teme que, após progressivas mutações, o vírus se torne facilmente transmissível entre pessoas e, vista sua virulência, provoque uma pandemia mundial de efeitos catastróficos.

Por isso, incentiva grandes planos de prevenção e vigilância, ao tempo que tenta unir todos os esforços para que, caso as mutações ocorram, uma vacina para proteger a população seja criada no menor tempo possível.

– Os progressos obtidos nos últimos quinze meses são muito encorajadores e ninguém os teria previsto há quinze meses – quando os especialistas se reuniram pela primeira vez, comemorou Gust, que explicou que os prazos dependerão de muitos fatores.

Entre outros, dependerá de onde a mutação chave - a que permitiria que o vírus fosse facilmente transmitido entre humanos - for detectada, já que isso poderia acontecer em uma região remota, ou em uma submetida a grande vigilância por parte das autoridades sanitárias.

O especialista explicou que o tempo de resposta também dependerá das diferenças genéticas da nova variante em relação às estudadas até o momento.

– Os fabricantes já estão desenvolvendo vacinas a partir de duas variantes, uma do Vietnã e outra da Indonésia. Portanto, se a cepa que teria de ser imunizada só diferisse geneticamente de alguma delas na capacidade de transmissão entre humanos, a elaboração de uma vacina específica seria fácil, porque só teriam que trocar uma por outra – antecipou o especialista.

Por outro lado, reconheceu que se o vírus sofrer grandes mutações genéticas, será mais complicado, embora "em qualquer caso, a indústria esteja avançando muito - existem pelo menos 40 testes clínicos realizados ou em curso - e sua capacidade de produção também".

A diretora da iniciativa para a pesquisa de vacinas da OMS, Marie-Paule Kieny, explicou que hoje podem ser produzidas cerca de 350 milhões de vacinas por ano, de três doses cada uma.

– Se conseguíssemos criar uma vacina de uma só dose, seria possível produzir vacinas suficientes para imunizar um bilhão de pessoas – afirmou Kieny.

No entanto, logo depois advertiu:

– O mais provável é que seja de duas doses – algo que reduziria a capacidade de produção pela metade.

Com os investimentos que já estão sendo feitos, em dois ou três anos, a produção de doses poderia superar 1,5 bilhão.

EFE
 
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