Luizão admitiu ter pensando apenas em seu futuro ao anunciar sua saída do Grêmio, quando o time disputa a semifinal da Taça Libertadores. O centroavante concedeu entrevista coletiva, na tarde desta quarta-feira, 10 de julho, em São Paulo, para explicar o episódio do abandono do clube. Afirmou que usou o clube assim como foi usado. Na segunda-feira, o jogador não apareceu para treinar e comunicou ao Grêmio que não viajaria com a delegação para o Paraguai, onde a equipe enfrentou o Olimpia, ontem. Teve imediatamente seu contrato, que terminaria em 31 de julho, rescindido.

O atacante confirmou, na entrevista, que temia uma nova lesão que poderia prejudicar sua carreira.

– Vai que eu me machuco num jogo desses. Quem vai pagar pelo tempo em que eu ficar parado? – perguntou o jogador, que deve ir para o Hertha Berlim, da Alemanha.

Esta é a terceira vez que Luizão (foto) rompe contrato com um clube antes do término. Antes, já havia feito o mesmo com Vasco e Corinthians, nos dois casos amparado na lei, já que estava com salários atrasados, o que não ocorreu desta vez. O atacante salientou que tanto ele como o Grêmio obtiveram vantagens quando chegaram a um acordo, em março.

– Eles me contrataram a um preço barato na época. Eles me usaram e eu usei o Grêmio – observou Luizão. Estou sendo honesto e profissional . Ajudei o time do Grêmio a chegar onde chegou na Libertadores. E o clube lucrou com um pentacampeão no seu grupo de jogadores.

O atacante destacou, ainda, que, em três meses no Grêmio, recebeu como salário o correspondente ao que ganhava em um mês no Corinthians, perto de R$ 350 mil incluindo o direito de imagem. No Grêmio, seu salário era de R$ 90 mil. O Grêmio irá exigir na Justiça uma indenização de R$ 400 mil pela quebra de contrato. Quando deixou o Corinthians, brigado com o clube paulista, Luizão entrou na Justiça exigindo R$ 5 milhões atrasados em direito de imagem.

– O Grêmio mandou o Leandro Amaral embora. Se eles podem rescindir o contrato, eu também posso – salientou.