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 | 27/06/2002 09h42min

Bolsas do Japão e da Coréia fecham em alta

As bolsas do Japão e da Coréia voltaram a fechar em alta nesta quinta-feira, 27, um dia depois do escândalo da WorldCom. No Japão, as ações subiram 1,86% e na Coréia, 1,22%. O escândalo da empresa de telefonia dos Estados Unidos teve reflexos nos mercados financeiros de todo o mundo.

Nesta quarta-feira, a revelação de nova fraude contábil milionária nos Estados Unidos, de US$ 3,8 bilhões na companhia de telecomunicações WorldCom, voltou a agitar o mundo corporativo, com reflexos em vários países. A companhia é a segunda maior dos EUA em telefonia de longa distância e é a controladora da Embratel. Ontem, bolsas de valores recuaram após o anúncio do escândalo, embora algumas tenham conseguido se recuperar ao longo do dia. O presidente George W. Bush prometeu encontrar os responsáveis pelo escândalo.

A desconfiança sobre a atuação das empresas tem forte impacto num país onde cerca de dois terços dos investimentos das pessoas estão baseados em ações. Um acionista que tenha comprado US$ 10 mil em ações da empresa em março de 2000, quando atingiu seu valor máximo, por exemplo, teria hoje apenas US$ 200.

A maquiagem nas contas é a segunda em sete meses com números expressivos. Em dezembro passado, foi a gigante de energia Enron, que resultou na maior concordata da história. Os dois casos envolvem a mesma empresa de auditoria, a Arthur Andersen, que deveria garantir a probidade dos balanços. A Andersen foi incapaz de mostrar as fraudes cometidas pela Enron, e ainda por cima destruiu documentos que a incriminavam. Na ocasião, mais de 5 mil funcionários foram demitidos. Cerca de 20 mil empregados perderam bilhões de dólares porque a companhia os impediu de vender as ações de seus fundos de aposentadoria enquanto o valor dos papéis despencava.

A WorldCom, por sua vez, fabricou lucros. O dinheiro de gastos foi registrado como capital da empresa, violando regras contábeis. O balanço correto resultaria na redução do lucro bruto a US$ 6,339 bilhões em 2001 e a US$ 1,368 bilhão no primeiro trimestre deste ano. A empresa informou que irá revisar os resultados dos últimos cinco trimestres.

Com dificuldades para refinanciar dívidas, que alcançam US$ 30 bilhões, analistas apontam que o pedido de concordata por parte da WorldCom é uma forte possibilidade. Na tentativa de evitar essa trajetória, a companhia informou que vai demitir 17 mil empregados, equivalente a um quinto de sua força de trabalho. O conselho de administração da empresa também demitiu o chefe da área financeira, Scott Sullivan, e aceitou a renúncia de David Myers, vice-presidente sênior.

O escândalo da WorldCom repercutiu forte na Embratel, maior operadora de longa distância no Brasil. As ações preferenciais da empresa brasileira despencaram 25,52% ontem na Bolsa de São Paulo (Bovespa), com fechamento a R$ 2,13 pelo lote de mil. Os negócios com esses papéis, que chegaram a cair até 28,32% no dia, somaram R$ 17,52 milhões.

O diretor técnico da Corretora Geral, Ivanor Torres, ressaltou que este não é o momento para se desfazer desses papéis, porque eles caíram demais nos últimos meses. Se vender agora as ações disponíveis em carteira, o aplicador amargaria o prejuízo. Para ele, é importante aguardar os desdobramentos do escândalo envolvendo a WorldCom para só depois decidir o que fazer. Conforme Torres, a Embratel mantém uma situação econômica e financeira relativamente normal.

A decisão de vender ou não a companhia brasileira cabe apenas à WorldCom, frisou José Maria Zubiri, vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Embratel. Zubiri destacou que, pelas regras estabelecidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), não é possível modificar a controladora da Embratel antes de julho de 2003.  O executivo acrescentou que os balanços das duas empresas são “independentes financeiramente”. Como exemplo de independência financeira, Zubiri lembrou que cabe à Embratel decidir sobre o pagamento ou não de dividendos a acionistas.

A Embratel foi comprada em julho de 1998, na privatização do Sistema Telebrás, pela MCI, que pagou US$ 2,276 bilhões pelo controle da empresa. A MCI, por sua vez, foi adquirida pela WorldCom em 1999.

 
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