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 | 20/06/2002 14h19min

Rebaixamento do Brasil por agência de risco e pesquisa conturbam mercado

Nesta quinta-feira, 20 de junho, a agência de classificação de risco Moody´s Investors Service anunciou mudança na avaliação de perspectiva de rating (conceito) do Brasil de estável para negativo, um boato que circulava no mercado desde esta quarta. Na prática, o indicador mede a capacidade de o país pagar a sua dívida externa. O motivo seria o pessimismo do mercado em relação à economia brasileira. Em um comunicado, a agência afirmou que os investidores estariam apreensivos ante o resultado das próximas eleições. Segundo o documento, o mercado só deve retomar a tranqüilidade se houver clareza em relação a políticas financeiras e econômicas que podem ser esperadas para depois de outubro. Nesta ano, a Moody´s já havia rebaixado a classificação de risco brasileiro de positiva para estável.

Em Washington, o Fundo Monetário Internacional (FMI) não prevê aumentar o crédito de US$ 15 bilhões concedido ao Brasil, informou ontem o porta-voz da instituição, Thomas Dawson. Ele disse confiar na habilidade do Brasil de pagar sua dívida pública a médio prazo porque o país dispõe de grandes reservas.

Hoje o risco-país brasileiro, medido pelo banco JP Morgan, superou pela primeira vez os  1.500 mil pontos desde 1999 e disparou ainda mais ante os 1.382 registrados nesta quarta.  No início desta tarde, o indicador chegou a 1.511. O Brasil, assim, ocupa a terceira posição dos países emergentes, atrás da Argentina e da Nigéria. Um risco-país de 1.511 pontos significa que os juros dos títulos brasileiros são 15,11 pontos percentuais maiores que os norte-americanos. O risco-país reflete a confiança dos investidores estrangeiros na economia de determinado país. Calculado pelo banco JP Morgan por meio de seu índice Embi+, mede em centésimos de pontos percentuais a diferença entre os juros pagos pelos títulos da dívida brasileira e os do Tesouro dos EUA, considerados os mais seguros. Essa diferença cresce quando o risco de o país não honrar suas dívidas aumenta.

O nervosismo do mercado também afetou a cotação do dólar. A moeda norte-americana fechou a manhã cotada a R$ 2,76, uma valorização de 1,96% ante o fechamento desta quarta, de R$ 2,705 para compra e R$ 2,707 para venda. O pessimismo ainda atingiu o mercado acionário. A perda na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chega a 3,68% nesta tarde. Ontem, depois do anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sobre a manutenção da taxa Selic em 18,5% ao ano,  a Bovespa começou a recuar e atingiu o menor nível de fechamento desde 5 de novembro, a 11.493 pontos, recuando 2,77%. O BC apontou a possibilidade de recuar a taxa básica de juros antes da próxima reunião, em julho, ao indicar viés de baixa.

Nesta manhã, analistas já previam apreensão no mercado durante esta quinta-feira, em decorrência da divulgação da pesquisa CNI/Ibope. Os dados revelam que candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, continua à frente, com 38%. O governista José Serra (PSDB) aparece em segundo lugar, com 19%.  O ex-governador fluminense Antonhy Garotinho (PSB) tem 13% na pesquisa e Ciro Gomes (PPS) figura na quarta posição, com 11%. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.

 
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