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Entidades cobram segurança para jornalistas

Assustados com o desaparecimento do jornalista da TV Globo, Tim Lopes, 51 anos, associações de imprensa do país e do mundo manifestaram nessa quinta, dia 5, preocupação com o episódio. No Rio, a polícia prendeu na Favela do Barbante, na Ilha do Governador, um suspeito de estar envolvido no desaparecimento de Lopes.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) considera que a liberdade de imprensa está ameaçada. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) pretende contactar a Associação de Correspondentes Estrangeiros para que a questão ganhe repercussão internacional. Já o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio quer pressionar o governo do Estado para dar mais segurança à categoria. Representantes da entidade querem se encontrar com a governadora Benedita da Silva (PT) para tentar acelerar a solução do caso de Lopes, desaparecido desde domingo, dia 2.

Na terça-feira, dia 4, a organização Repórteres Sem Fronteira, com sede em Paris, já havia divulgado nota em que pedia às autoridades do Rio o esclarecimento do caso. A ANJ acredita que o episódio “reflete a falta de garantias para que um profissional da imprensa desempenhe suas funções.”

– A existência de condições de segurança para o exercício profissional constitui um requisito para a liberdade de expressão. Não havendo essas condições, cerceia-se o direito de informar e de ser informado, previsto pela Constituição brasileira – diz a nota divulgada pela ANJ.

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) informou ontem que acompanhará de perto as investigações sobre o desaparecimento do jornalista. A repórter Clarinha Glock, licenciada de Zero Hora para atuar na SIP, desembarca nesta quinta-feira, dia 5, no Rio e manterá contatos diários com os policiais encarregados da investigação. A jornalista produzirá um relatório sobre o caso e vai encaminhá-lo à sede da SIP, em Miami.

O suspeito preso ontem, Wagner da Conceição, o Buiú, 25 anos, seria integrante da quadrilha de Elias Maluco e teria sido visto no baile. Baleado numa perna durante a operação feita pela polícia, ele foi medicado e negou envolvimento no caso. O jornalista da TV Globo fazia uma reportagem sobre a ação de traficantes em bailes funks nos subúrbios do Rio. Lopes esteve por quatro vezes na favela Vila Cruzeiro, na Penha, Zona Norte, local em dos bailes. A última delas foi no domingo, 2 de junho. Às 22h, deixou de ir ao encontro do motorista que o acompanhava e que estacionara longe da área em que fazia seu trabalho, e desapareceu. A emissora comunicou o sumiço às autoridades.

A Polícia Civil requisitará à Rede Globo as fitas que já haviam sido gravadas pelo repórter com uma microcâmera escondida. O objetivo é tentar identificar pessoas suspeitas nas imagens gravadas em visitas anteriores do repórter à favela. O secretário da Segurança Pública do Rio, Roberto Aguiar, só falará quando sair o resultado – previsto para o fim da próxima semana – do exame de DNA feito nos fragmentos de um corpo carbonizado achado segunda-feira no morro.

– Um ato desses é condenável. Esperamos sempre o melhor, que ele apareça, assim espero, assim reza Deus – disse o arcebispo do Rio, dom Eusébio Scheid, referindo-se ao repórter.


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