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Crise em bancos faz dólar disparar

A Argentina iniciou a semana sob forte tensão. Enquanto o governo tentava acalmar os mercados, depois que o banco estatal Banco Nación foi forçado a absorver três bancos, mais de 10 mil desempregados bloqueavam os acessos às principais cidades do país exigindo alimentos e emprego. Como resultado, o dólar nessa segunda, dia 20, disparou, chegando a 3,55 pesos nas casas de câmbio, mas a cotação oficial no fechamento era de 3,30 pesos.

O centro do protesto foi registrado na localidade de La Matanza (30 km a oeste da Capital), onde 7 mil afiliados da Corrente Classista Combativa (CCC), da Federação de Terras e Moradias (FTV) e da Central de Trabalhadores Argentinos (CTA) ocuparam a rodovia nacional 3, que liga Buenos Aires ao sul. O índice de desemprego atinge cerca de 25% da força de trabalho. O Banco Nación assumiu o controle do Banco del Suquia, Banco de Entre Rios e Banco Bisel, os três pertencentes ao grupo francês Credit Agricole, por problemas de liquidez.

O Credit Agricole informou que não realizaria novos aportes de capital em suas subsidiárias argentinas. Os três bancos absorvidos pelo Nación serão administrados pelo banco estatal até que sejam vendidos ao setor privado, afirmou o chefe de gabinete do governo, Alfredo Atasanof. “A situação do país não nos permite seguir operando em condições razoáveis, o que nos tem levado a não injetar fundos adicionais’’, justificou o grupo ontem em comunicado. Os bancos que operam na Argentina perderam US$ 18 bilhões em depósitos em 2001 devido à incerteza dos correntistas com o futuro da economia argentina.

Além disso, a decisão do governo de Eduardo Duhalde de desvalorizar o peso em janeiro afetou seriamente os balanços dos bancos. Hoje, em Washington, o ministro da Economia, Roberto Lavagna, participa de reuniões com a direção do Fundo Monetário Internacional (FMI). Pouco se espera dessas reuniões, além de atos protocolares. Muitos temas essenciais para um acordo continuam pendentes, como o fim do corralito (congelamento de depósitos bancários), por exemplo. Em sua primeira entrevista na prisão, dada ontem ao Wall Street Journal, o ex-ministro da Economia Domingo Cavallo deu sua sentença ao futuro do presidente Eduardo Duhalde:

– Não acredito que o atual governo seja capaz de resolver nenhum dos problemas.

 
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