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 | 19/02/2006 22h33min

Polícia usa submetralhadoras para barrar protesto em Viamão

Cerca de 40 pessoas são procuradas na cidade

A Brigada Militar (BM) decidiu utilizar armamento como fuzis, submetralhadoras e pistolas .40 para realizar buscas às margens da RS-040, em Viamão. Um grupo de cerca de 40 pessoas teria fugido pelo matagal. Segundo o sub-comandante do Comando Rodoviário da Brigada Militar, tenente-coronel Heitor Sá de Carvalho Junior, eles integrariam o protesto contra o pagamento de pedágios por moradores de Viamão na praça localizada em Águas Claras.

Mais cedo, pelo menos 12 pessoas teriam ficado feridas em confronto com a BM. Carvalho não confirma esses números. A decisão de utilizar armamento pesado, segundo o coronel, ocorreu depois que pessoas conduzindo uma caminhonete branca ainda não identificada atearam fogo a um banco de automóvel e a pneus jogados sobre a pista da RS-040 na altura do km 25. O caso ocorreu por volta de 21h30min.

No final da tarde, durante duas horas, o km 25 já havia sido uma praça de guerra. Manifestantes contra a cobrança de pedágio na cidade entraram em confronto com o Batalhão de Operações Especiais (BOE) e o Comando Rodoviário da Brigada Militar. Além de manifestantes feridos, quatro policiais teriam sido atingidos por pedras.

O presidente de PSol de Canoas, Edson Luis Ferreira Lima, 37 anos, que participava do protesto, foi atingido por quatro tiros de bala de borracha (braço, pescoço, peito e nádegas). Com dificuldades para respirar e dores pelo corpo, Edson permaneceu deitado no chão até a chegada da Samu, uma hora depois. Antes, os manifestantes haviam negado a entrada de uma ambulância da Univias para resgatar o ferido. A alegação é de que Edson poderia ser preso ao sair do loteamento. O manifestante foi internado no Hospital de Viamão, em estado regular.

Este foi oitavo  final de semana seguido de protestos em Viamão. Durante a semana, a comunidade rejeitou uma proposta da Univias que anunciou um programa de bonificação para usuários freqüentes. Quem pagasse pedágio 12 dias (ida e volta) ficaria isento de pagar os outros 18 dias do mês. Prefeitura e moradores alegam que aceitam apenas um acordo definitivo: isenção total para todos moradores de Viamão ou troca do posto de pedágio para a cidade de Capivari do Sul.

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