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Cordialidade esconde guerra política no PT

A troca de gentilezas registrada no debate de quarta-feira, dia 27, na Assembléia Legislativa entre o governador Olívio Dutra e o prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, não passou de fachada. A tentativa dos dirigentes petistas de manter elevado o nível da campanha à prévia do dia 17 não tem surtido efeito entre os dois grupos adversários. Na sexta-feira, dia 1º, as correntes que dão sustentação à candidatura de Tarso divulgaram nota em resposta ao manifesto distribuído no final de semana anterior pelas correntes pró-Olívio.

O panfleto de apoio a Olívio resume em seis pontos o que significaria uma eventual vitória de Tarso na prévia. A renúncia ao cargo de prefeito, exigência da lei eleitoral aos administradores públicos municipais que concorrerão ao mandato de governador, foi o alvo dos ataques à candidatura de Tarso. Num dos tópicos, os autores do manifesto afirmam que, na hipótese de não vencer a eleição, Tarso não poderá reassumir a prefeitura.

O contra-ataque do grupo do prefeito veio no mesmo tom: “Poderíamos responder na mesma moeda, como se costuma dizer, listando um conjunto de ‘fragilidades’ da candidatura Olívio. E, convenhamos, não seria tarefa impossível encontrar seis, sete ou mais motivos para atacar o companheiro Olívio Dutra e seu governo”.

A busca desesperada por apoio tem levado correntes como a Democracia Socialista (DS), do vice-governador Miguel Rossetto e do ex-prefeito Raul Pont, a defender junto à direção do partido a inclusão na prévia dos 106 egressos do PDT que se filiaram ao PT no dia 18 de março do ano passado, em sua maioria eleitores de Olívio. De acordo com o regulamento, está apto a votar o filiado que estiver em dia com as finanças do partido e que tenha assinado ficha até o dia 17 de março de 2001 - exatamente um ano antes da prévia.

Na interpretação da DS, principal corrente pró-Olívio, os ex-pedetistas já haviam manifestado interesse em entrar no PT muito antes. No dia 18 de março teria ocorrido apenas um ato simbólico. Defensores da candidatura de Tarso alegam que a direção estadual não tem competência para mudar as regras e que o registro oficial do grupo só foi ocorrer no dia 14 de abril.

O debate de quarta-feira no auditório da Assembléia Legislativa – primeiro dos cinco que a direção estadual programou – foi o único aberto à imprensa. Olívio e Tarso tiveram uma participação contida, elogiada no dia seguinte por parte dos dirigentes partidários. Os demais confrontos – marcados para Caxias do Sul, Palmeira das Missões, Santo Ângelo e Santa Maria – serão restritos aos militantes. Longe dos holofotes, a tendência é que Olívio e Tarso reproduzam o tom pesado dos textos dos manifestos e das conversas a portas fechadas mantidas pelos petistas.

 
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