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 | 25/02/2002 09h05min

Lula defende aliança em entrevista para jornal espanhol

O pré-candidato à Presidência da República pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou em entrevista publicada nesse domingo, dai 24, pelo El País, jornal de maior influência na Espanha, que “uma boa aliança política” poderá levar a sigla a uma vitória nas eleições.

– Estou convencido de que, se o PT chegar ao segundo turno, a direita se unirá em torno de um só candidato. Eles nos temem – disse Lula, que foi chamado pelo jornal espanhol de “eterno candidato da esquerda brasileira”.

No texto de abertura da entrevista, o jornal questiona: “Está preparado o gigante latino-americano para eleger um presidente claramente de esquerda, que certamente intranqüiliza Washington?”. Em uma das primeiras perguntas, Lula é questionado sobre os riscos que corre o país com uma eventual vitória do PT, em decorrência de ser, segundo o jornal, alvo de receios no Exterior, sobretudo entre organismos financeiros e entre os grandes investidores.

– O país não ficará isolado se o PT ganhar a Presidência, porque nenhum capitalista investe em um país segundo seu regime político – disse.

O petista defende o Mercosul, dizendo que é necessário que o pacto não seja um mero acordo comercial. E frisa sua oposição à Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

– A Alca não é uma proposta de integração, mas sim de anexação da economia da América do Sul à economia dos Estados Unidos.

Descrevendo a eleição de 1989, com Lula contra o ex-presidente Fernando Collor de Mello, o jornal define a derrota do petista como fruto de uma campanha “milionária e desleal” do adversário. O jornal declara que os adversários de Lula desdenham de suas derrotas afirmando que ele nunca chegará à Presidência. Na entrevista, Lula cita a necessidade de reformas a serem feitas no país:

– Como as que foram realizadas na Europa há 50 anos, como a reforma agrária.

 Perguntado sobre a possibilidade de revisar as privatizações do governo federal, Lula respondeu que o Tesouro não teria dinheiro para recomprar as empresas. E que seria um erro usar o dinheiro público para isso.


 
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